Karol Morais, a nova Miss São Paulo, realiza sonho de infância e inspira mulheres negras
Desde menina, Karol Morais sonhava com o dia em que subiria ao palco para receber a coroa de Miss São Paulo. Aos 12 anos, ao ver candidatas reunidas em frente ao Theatro Municipal, imaginou-se entre elas, mas a realidade parecia distante. Criada apenas pela mãe, enfrentou desafios, vendeu refrigerantes na rua para ajudar em casa e, mesmo assim, nunca deixou de acreditar. Hoje, aos 33 anos, esse sonho virou história, Karol foi coroada Miss Universo São Paulo 2025, tornando-se a sexta mulher negra a conquistar esse título desde 1954.
“Eu sonhava com esse momento desde criança. Parece até um filme, mas é real! Olho para trás e vejo o quanto foi difícil, mas também o quanto valeu a pena”, compartilhou a miss, emocionada.
Além de realizar seu próprio sonho, Karol sabe que sua vitória representa algo muito maior, abrir portas para outras mulheres negras. “É importante que tenhamos mais mulheres pretas ocupando esses espaços. Por muito tempo, a gente não se via nesses lugares. Agora, estamos mostrando que merecemos estar aqui, sem precisar nos encaixar em padrões que não nos representam”, reflete.
O título veio após muita persistência. Antes de ser coroada em 2025, Karol tentou ser Miss Universo São Paulo três vezes – em 2010, 2019 e 2024. Além disso, brilhou em outros concursos de beleza, conquistando títulos como Miss Brasil de Las Américas e Miss Ásia Global.
Bailarina clássica desde os seis anos, Karol se formou pela Royal Academy de Dança de Londres. Sua conexão com a arte vai além dos palcos do balé, há 20 anos, ela também desfila no Carnaval paulista e, atualmente, é musa da Gaviões da Fiel. Na TV, já integrou o balé do Domingão do Faustão e há uma década trabalha no SBT, onde atua como assistente de palco, repórter e apresentadora.
Agora, com a coroa no peito, Karol se prepara para o Miss Universo Brasil, que acontece em fevereiro. Se vencer, será a nona representante paulista a levar o título nacional e a quarta mulher negra a conquistar esse feito.
Para ela, esse momento não é só sobre vencer, mas sobre inspirar. “Se eu pudesse voltar no tempo e falar com aquela menina de 12 anos que sonhava em ser miss, eu diria ‘Acredite, vai acontecer’. E é isso que quero dizer para todas as meninas negras que sonham grande. O impossível é só questão de tempo.”