O poder das palavras de Lázaro Ramos ultrapassou as paredes da Livraria da Travessa, em Lisboa. No último sábado (4), o ator, escritor e cineasta reuniu tantos admiradores durante o lançamento de seus livros infantis que a sessão de autógrafos precisou continuar na rua. Entre sorrisos e abraços, ele celebrou o encontro com o público:
“A decisão foi fazer os autógrafos na rua, porque é tanta gente que não deu para fazer na livraria. Que coisa linda!”, disse, emocionado.
O evento apresentou obras como Caixa Mágica e Sinto o Que Sinto, que refletem o olhar sensível do artista sobre a negritude, a infância e o poder de se ver representado nas histórias. “Durante muito tempo, achei que minha escrita não tinha valor, que o que eu pensava não importava. Eu escrevia e não mostrava para ninguém”, contou.
Sua trajetória na literatura começou em uma noite de insônia, quando escreveu Paparutas, sua primeira peça infantil, em 2016. Desde então, ele vem construindo um universo literário que acolhe, inspira e ensina — um espaço onde crianças negras podem se reconhecer e se sentir parte da história.
Encerrando o encontro, Lázaro dedicou palavras cheias de ternura às crianças, o público que o move:
“As crianças são meu motivo para escrever. Acho maravilhoso conversar com vocês, porque a cabeça de vocês é incrível. Vocês são criativas e merecem ver livros que tenham a cara de vocês.”
Mais do que uma tarde de autógrafos, o que se viu em Lisboa foi uma celebração de pertencimento, representatividade e amor pela arte de contar histórias — uma prova de que quando a palavra é usada com propósito, ela ecoa muito além das páginas.