Líder quilombola é assassinado

O líder quilombola Edvaldo Pereira Rocha, de 52 anos, foi morto a tiros nesta sexta-feira (29) em São João do Soter, no Maranhão, a 400 km de São Luís. Seu corpo foi encontrado no povoado Bom Jardim, zona rural do município onde aconteceu o crime. A polícia procura dois homens autores dos disparos, que segundo testemunhas fugiram em uma moto.

Rocha foi atingido por oito tiros. Ele era o líder da comunidade quilombola de Jacarezinho, que também fica no município de São João Soter, e chegou a disputar as eleições municipais de 2016 como candidato a vereador pelo PT.

Apesar de passar por um processo de regularização fundiária em andamento no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a área da comunidade de Jacarezinho é reivindicada por agricultores e sofre com desmatamento.

Rocha, que, segundo o advogado Diogo Cabral, ligado à causa dos povos tradicionais, é o sétimo quilombola morto no Maranhão em menos de dois anos. O líder assassinado atuava contra a expansão de plantações de soja sobre territórios tradicionais.

O governo do Maranhão, comandado atualmente por Carlos Brandão (PSB), que era vice de Flávio Dino (PSB), é alvo de críticas dos quilombolas, que o acusam de se omitir diante de denúncias de invasão de terras e flexibilizar as regras de licenciamento ambiental. Ao jornal Folha de S. Paulo, o governo estadual afirmou que trabalha “na mediação do conflito e na articulação com órgãos do sistema de justiça para resguardar os direitos da comunidade e garantir a titulação da terra”.

O Governo do Maranhão afirma que a polícia trabalha com várias linhas de investigação, mas ainda não vai divulgá-las para não comprometer os resultados.

Também informou que, desde fevereiro de 2021, acompanha a situação da comunidade Jacarezinho e que atua “na mediação do conflito e na articulação com órgãos do sistema de justiça para resguardar os direitos da comunidade e garantir a titulação da terra”.

Em nota, a Secretaria Estadual de Igualdade Racial do Maranhão (SEIR) afirmou que “lamenta profundamente” a morte do líder quilombola.

“Sua luta pela titulação de sua comunidade é reconhecida por todos, por isso asseguramos que o crime brutal do qual foi vítima terá o acompanhamento da SEIR em toda a sua investigação, a cargo das autoridades policiais”, informou.

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