Livro 12 anos de escravidão

Saiba mais sobre o livro que deu origem ao filme 12 anos de escravidão

 

TEXTO: Redação | FOTO: Divulgação | Adaptação web: David Pereira

Livro 12 anos de escravidão | FOTO: Divulgação

Livro 12 anos de escravidão | FOTO: Divulgação

 

Se você costuma acompanhar os sucessos de público e crítica do cinema, provavelmente já se deparou com o nome Solomon Northup. A história do afroamericano que tem agitado Hollywood chega às livrarias com tradução em português pela editora Seoman. O descendente de escravos nasceu livre e assim permaneceu por trinta anos, até receber uma falsa proposta de trabalho, ser sequestrado, drogado e comercializado como escravo na região do Rio Vermelho, no estado de Louisiana, onde permaneceria por 12 anos. O relato, feito em primeira pessoa pelo próprio Northup, retrata o período sombrio na história dos Estados Unidos.

 

Solomon Northup nasceu em junho de 1808, em Saratoga Springs, Nova Iorque. Mantido como escravo por 12 anos, conseguiu sua liberdade com a ajuda de um abolicionista canadense, embora a abolição total da escravatura nos Estados Unidos só viria a ocorrer dez anos depois, em 1863, por meio do presidente Abraham Lincoln. Em seu primeiro ano de liberdade, escreveu o livro “Twelve Years a Slave” (“12 Anos de escravidão”), no qual conta sua trajetória neste período. Além disso, passou a dialogar em dezenas de palestras, em todo nordeste dos Estados Unidos, sobre suas experiências como escravo, a fim de apoiar a causa abolicionista.A partir de relatos, Northup mostra um lado muito mais pessoal e detalhado no livro, com passagens de sua vida e acasos marcantes que mudaram seu destino. De forma dramática e angustiante, o protagonista discorre seu dia-a-dia, o drama travado na pele e guardado na memória, sobre um cativeiro, passando por diversos senhores, e sofrendo os mais horríveis e desumanos açoites e castigos. Apesar das amarguras, o mais nobre sentimento do autor nunca foi abandonado, pois, apesar de tudo, ele não perdeu a esperança e aguentou firme até ser resgatado.

A escrita é simples e ágil, partindo do principio que os editores e tradutores da história tiveram todo o cuidado de manter ao máximo os registros originais excepcionalmente vívidos e detalhados da vida de um escravo, com detalhes históricos, perigos e horrores da escravidão, e como Solomon Northup, após seu resgate, resolve nos presentear com sua perspectiva de ter sido um homem livre e também um escravo.

Embora os contrastes entre livro e filme sejam sutis, é impactante ver como a obra escrita discorre mais visceralmente sobre a crueldade a que os nossos antepassados, e nisso incluímos os brasileiros também escravizados, eram submetidos. Toda esta realidade exposta já ocorria em uma época na qual os abolicionistas e escravos lutavam arduamente pelos direitos dos escravos, embora em alguns Estados – e incluímos países como o Brasil também – era comum ver cidadãos sendo levados e escravizados, às vezes até por toda vida.

Para aqueles que ficaram curiosos desde a nossa crítica do filme, o livro traz também uma peça inestimável da história: o abolicionista canadense Avery Bass, que foi fundamental para a libertação de Solomon em janeiro de 1853. A obra, que tem como maior objetivo compreender completamente as memórias de Solomon Northup, faz muito sucesso desde que foi publicada pela primeira vez, em 1854, embora esta seja sua primeira tradução para o público brasileiro. É imperdível, tanto quanto o filme.

 

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