Caso da cantora se soma a episódios vividos por Taís Araújo e Maju Coutinho, que também recorreram à Justiça após ataques racistas
Após oito anos de batalha judicial, a cantora Ludmilla obteve vitória no processo por injúria racial contra o apresentador Marcão do Povo. Taís Araújo e Maju Coutinho também foram vítimas nas redes sociais.
Em 2017, durante um programa ao vivo na TV aberta, o comunicador referiu-se à Ludmilla como “pobre macaca”, gerando ampla repercussão e indignação. A decisão final, proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), restabeleceu a condenação do apresentador, que havia sido suspensa anteriormente. A sentença determina uma pena de um ano e quatro meses de prisão em regime aberto e o pagamento de R$ 30 mil por danos morais à artista.
Em suas redes sociais, Ludmilla celebrou a decisão: “Em 2017, fui chamada de ‘pobre macaca’ por um apresentador ao vivo na TV aberta. Hoje, finalmente, foi reconhecido o racismo que tentei denunciar lá atrás. Essa vitória não apaga a dor, mas reforça que o racismo é crime e tem consequência”.
O caso de Ludmilla se soma a outros episódios em que figuras públicas buscaram a Justiça diante de ofensas racistas. Em 2015, a jornalista da TV Globo Maria Júlia Coutinho, conhecida como Maju, foi alvo de uma série de ataques racistas nas redes sociais enquanto apresentava a previsão do tempo no “Jornal Nacional”. Os comentários racistas foram denunciados por colegas e internautas, levando a uma investigação da Polícia Federal. Alguns dos responsáveis foram identificados e responderam judicialmente por injúria racial e racismo. O caso mobilizou manifestações públicas de apoio à jornalista e reforçou o debate sobre racismo na mídia.
No mesmo ano, Taís Araújo foi alvo de ataques racistas nas redes sociais após publicar uma foto em sua página do Facebook. Comentários ofensivos faziam referências ao seu cabelo e à sua aparência com termos depreciativos e racistas. O caso gerou forte mobilização pública e levou à abertura de uma investigação pela Polícia Federal. Taís se posicionou com firmeza, afirmando: “Não me calo diante do racismo. Não aceito e não vou aceitar”. A ação levou à identificação e punição de alguns dos autores das mensagens, marcando um momento importante na luta contra o racismo virtual no Brasil.
Esses episódios destacam a importância de enfrentar o racismo presente na sociedade brasileira. Através da Justiça, vítimas de discriminação buscam não apenas reparação pessoal, mas também a promoção de mudanças significativas na luta contra o racismo.