Em cada rua, samba, tempero e expressão do Rio de Janeiro, pulsa a presença negra — viva, ancestral e transformadora. Muito além de uma data no calendário, o reconhecimento da cultura afro-brasileira é um compromisso diário: com a história, com a justiça e com a beleza de um povo que resiste criando.
Neste fim de maio, que tal fazer um passeio diferente? Um roteiro que não é apenas turístico, mas que convida à escuta, à reflexão e à valorização de memórias muitas vezes esquecidas.
Aqui vão alguns lugares que guardam e compartilham essa herança com sensibilidade e verdade:
Pequena África
Na zona portuária, é onde tudo começa. Um território simbólico, que carrega marcas de dor e força, e onde nasceu uma das maiores expressões culturais do país.
Cais do Valongo
Patrimônio Mundial da Humanidade, foi o principal porto de entrada de africanos escravizados nas Américas. Visitar é reconhecer uma parte profunda da nossa história.
Cemitério dos Pretos Novos
Um memorial e sítio arqueológico que preserva a memória dos que não tiveram sequer um adeus digno. Um espaço de silêncio, mas cheio de significados.
MUHCAB – Museu da Cultura Afro-brasileira
Com um acervo riquíssimo, o museu é um convite à imersão na arte, fé, música e modos de viver afro-brasileiros. Um lugar para ver, ouvir e sentir.
Pedra do Sal & Largo de São Francisco da Prainha
Samba, encontros, culinária e ancestralidade. Um ponto de conexão entre passado e presente, onde o sagrado e o cotidiano se encontram.
Museu do Samba (Mangueira)
Mais que fantasias e instrumentos: é um centro de memória sobre a força do samba e das comunidades que o criaram com alma e resistência.
Casa do Nando e Casa Porto
Do samba ao pagode, da feijoada ao bobó, esses espaços unem gastronomia, arte e afeto em ambientes que celebram a cultura negra como ela é: plural, potente e acolhedora.
Museu de Arte do Rio (MAR)
Com exposições e atividades que dialogam com a memória afro-brasileira, o MAR amplia vozes e provoca reflexões urgentes sobre identidade e pertencimento.
Em tempos de tanta pressa, visitar esses lugares é também desacelerar para ouvir o que a cidade tem a dizer sobre si — e sobre nós. A cultura negra é base. É raiz. E está viva em cada canto do Rio.