Mãe, filha e neta

A harmônica visão de 3 mulheres negras.

O mês de maio é caracterizado pela lembrança fraterna, sensível e renovadora da mulher. Se março temos o dia 8 como o dia internacional das mulheres e 25 de julho o dia da mulher negra latino e caribenha como marcos políticos, o mês de maio inteiro é celebrado o lado afetivo das mulheres, não por acaso é lembrado como o mês das mães, das noivas e de outras lembranças que marcam a afetividade feminina.

Para nós da RAÇA que temos o compromisso não só com a questão política, social e de resistência das mulheres negras, mas também com a afetividade não poderíamos nos furtarmos de trazer toda essa potência, essa afetividade e empoeiramento negro traduzido em três gerações de mulheres pretas. 

Mulheres de idades diferentes, mas de lutas tão iguais que ao final das entrevistas terminamos todos com os olhos esbugalhados de lágrimas, pois, o objetivo dessas três gerações de mulheres preta continuam os mesmos da primeira mulher preta que aportou nessas terras de além-mar como escravizada, assim como o de todas as mulheres pretas que se fazem presentes neste país injusto e racista. “Nossa busca é simplesmente pelo direito de ser livre e feliz” frase comum entre as entrevistadas deste mês.

Com vocês, Benê Faria, Mônica Farias e Monike Lima

Raça: Como é ser a matriarca desta família?

Benê Faria: Olha, a minha família é a coisa mais linda que tenho. Não tenho do que reclamar, só tenho que agradecer a Deus. Meus filhos e família por inteiro são ótimos. 

Raça: Quantos filhos são?

Benê Faria: São 3 filhos, 7 netos, 6 bisnetos.

Raça: Para quem não sabe, estive na festa de 80 anos da “Matriarca” e foi lá que eu falei assim: Gente, o que é isso? 80 anos! Uma família bonita, preta, preta, preta. Vocês veem aqui 3 gerações. 

É difícil conceder 3 gerações pretas, porque ás vezes a primeira geração é preta, depois mistura um pouquinho ali, um pouquinho aqui, e na terceira já não é tão preta assim.

Raça: Mônica, como é ser filha desta mulher maravilhosa?

Mônica: Sensacional.  Se não fosse por esta mulher maravilhosa, eu não estaria aqui. 

Raça: Mônica, você é empreendedora, possui uma empresa de tintas artesanais. Conhece o mundo do samba e vive neste mundo há muito tempo?

Mônica: Eu navego no mundo do samba, por intermédio desta pequena senhora que está aqui, que sempre gostou muito. Isso me levou ao mundo do samba, ir atrás da minha mãe. Eu sou uma das poucas que restaram de um movimento ‘’chamado passista’’.

Hoje é diferenciado, saí no Camisa com 5 anos de idade, depois Rosas de Ouro. Teve um ano que desfilei em todas as escolas, todas, todas. E de lá para cá nunca mais saí do carnaval.

Hoje sou empreendedora do ramo do carnaval com tinta artesanal. Todas aquelas esculturas que vocês veem passar, ou se não for todas, 90% delas são todas coloridas, com tintas produzidas na nossa empresa.

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