O que era pra ser uma tarde de diversão e aprendizado se transformou em dor para uma família do Distrito Federal. Durante um campeonato de futebol infantil, realizado no último domingo (8/6), um menino de apenas 9 anos foi vítima de ataques racistas após o término da partida, no Centro de Treinamento do Gama.
De acordo com o pai da criança, tudo aconteceu por volta das 14h20, logo após o encerramento do jogo da categoria sub-9. O menino teria sido chamado de “macaco”, “preto” e “gordo” por uma mulher, supostamente mãe de um dos jogadores do time adversário. As ofensas teriam começado após uma dividida de bola entre os filhos de ambas as partes.
O pai do garoto não presenciou o momento, mas foi imediatamente informado pelo filho e por outras testemunhas que estavam no local. Com o coração apertado e o sentimento de indignação, ele acionou a Polícia Militar. No entanto, ao chegar ao local, os agentes não conseguiram encontrar a autora das agressões, que já havia deixado o centro esportivo.
Segundo o boletim de ocorrência, a situação foi registrada como injúria racial, crime previsto no artigo 140 do Código Penal. A pena pode chegar a até cinco anos de prisão, com agravantes por se tratar de uma vítima menor de idade.
O que causa ainda mais revolta é que, conforme relatado pelo pai da criança, a organização do torneio não tomou nenhuma medida imediata diante do ocorrido, nem mesmo se posicionou publicamente em defesa do menino.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso e busca identificar a mulher responsável pelas ofensas, além de ouvir testemunhas e os responsáveis pela organização do evento.
Este episódio escancara, mais uma vez, a urgência de discutirmos o racismo estrutural que ainda persiste — inclusive nos espaços dedicados à infância. Crianças negras merecem crescer com dignidade, respeito e amor. Nenhuma forma de preconceito pode ter lugar onde há esperança, como em um campo de futebol infantil.
