Mais uma empresa condenada a pagar indenização por racismo
A grife Zara e o Shopping da Bahia, em Salvador, firmaram acordo extrajudicial e pagaram indenização a Luiz Fernandes Júnior, homem negro que foi acusado de furtar uma mochila que havia comprado na mesma loja no dia 29 de dezembro de 2021. Segundo o advogado, o acordo foi acertado no início de abril.
À época, o homem, que é natural de Guiné-Bissau, foi retirado do banheiro pelos seguranças do shopping para devolver o objeto. De acordo com o advogado de Luiz Fernandes, a Zara tomou a iniciativa de fazer o acordo.
A rede afirmou, ainda, que lamenta a abordagem ao cliente e que “a ação não reflete os valores da companhia”. Já o Shopping da Bahia declarou que “mantém um trabalho de conscientização e reeducação de todos os colaboradores, dada a importância e a urgência desse tema”.
Em razão de confidencialidade, o valor acertado não pôde ser divulgado. Ainda assim, o advogado afirmou que o acordo teve ônus superior à média do judiciário. Em janeiro de 2022, ele havia declarado que pediria ação indenizatória na ordem de R$ 1 milhão contra a loja e o shopping, para desestimular o racismo.
Outros casos
Em setembro, a delegada Ana Paula Barroso foi impedida pelo gerente da loja de entrar na Zara, em um shopping na cidade de Fortaleza
Com informações do G1 – O gerente da unidade da loja Zara em Fortaleza foi indiciado por racismo, em razão da abordagem a uma delegada de polícia negra, barrada ao tentar entrar no estabelecimento. O caso aconteceu em 14 de setembro.
A delegada Ana Paula Barroso, diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis, foi barrada quando entrava no local tomando um sorvete.
A Zara disse que a abordagem não foi motivada por questão racial, mas por causa de protocolos de saúde. Informou ainda que não aceita nem tolera discriminação. Em nota, a Polícia Civil disse que “concluiu as investigações relacionadas ao inquérito policial que investigava um caso de racismo” e “o suspeito do caso foi indiciado pelo crime de racismo”.
O crime de racismo contra a delegada Ana Paula pode gerar reclusão de um a três anos e multa ao funcionário suspeito de cometer a discriminação racial, e também punição cível à loja, segundo a Comissão de Promoção da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE).