Margareth Menezes é a primeira mulher negra a comandar a Cultura no Brasil!
Orgulho e Raça! Margareth Menezes será a nova Ministra da Cultura
Colunista e amiga de longa data da Revista Raça Margareth luta pelos direitos raciais e pela ascensão do povo negro através de suas musicas desde 1980.
A cantora baiana Margareth Menezes recebeu convite para assumir o Ministério da Cultura no terceiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aos 60 anos, completados em 13 de outubro, Margareth é a única negra dentre as quatro cantoras mais famosas do gênero rotulado como axé music. É também a voz feminina mais potente e calorosa da música afro-pop-brasileira.
Artista que entrou em cena como atriz no alvorecer da década de 1980, tendo integrado grupos teatrais de Salvador (BA), Margareth irrompeu mesmo no Brasil como cantora pela potência vocal já qualificada como “força da natureza” por Carlinhos Brown.
Ao longo de trajetória fonográfica prejudicada pelo desinteresse das grandes gravadoras do Brasil em dar o devido valor à cantora, uma vez que o mercado investiu em um forçado branqueamento da axé music a partir dos anos 1990, Margareth Menezes gravou 15 álbuns lançados entre 1988 e 2019.
O primeiro, Margareth Menezes, saiu em novembro de 1988 com músicas que ainda hoje reverberam nos shows da artista, caso do reggae Alegria de cidade (Lazzo Matumbi e Jorge Portugal, 1988). O mais recente álbum da artista, Autêntica, foi lançado em outubro de 2019 com repertório pautado por exaltações da negritude, da mulher e de signos e símbolos da cultura afro-brasileira – bandeiras que a artista certamente manterá hasteadas no comando do Ministério da Cultura do Governo Lula.
Nossa futura ministra da Cultura é fundadora e presidenta da Fábrica Social, uma ONG sediada na Bahia, que atua na área da cultura, educação e sustentabilidade. Margareth Menezes também fundou a Associação Fábrica Cultural, de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos.
Maga ainda dirige o Mercado Iaô, agência de produção cultural atuante no Estado. Além disso, é embaixadora da IOV-UNESCO, grupo que visa preservar e fomentar a produção cultural em todas as suas formas.
Neste ano, a cantora e compositora baiana foi eleita uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo na lista da Most Influential People of African Descent (MIPAD). O MIPAD “identifica grandes realizadores de ascendência africana nos setores público e privado de todo o mundo como uma rede progressiva de atores relevantes para se unir no espírito de reconhecimento, justiça e desenvolvimento da África, seu povo no continente e em sua diáspora.”
Relembre entrevista que a cantora deu para a Raça em comemoração aos seus 35 anos de carreira