Maria Bomani, explusa no BBB 22 compara saída com a de Wanessa e denuncia racismo
Maria Bomani, participante do BBB 22, desabafou sobre as diferenças de tratamento que ela e Wanessa Camargo receberam após serem expulsas do reality por agressão. A cantora de 23 anos contou que sofre até hoje com a falta de de oportunidades e denunciou o racismo de telespectadores do programa.
A atriz comentou o caso em um vídeo compartilhado em seu perfil no Instagram. Ela disse que, após a entrevista de Wanessa ao Fantástico, no último domingo (17), refletiu sobre suas experiências com o reality show da Globo e o racismo estrutural.
Maria foi desclassificada do programa ao agredir Natália Deodato em um Jogo da Discórdia, quando, ao jogar água suja na concorrente, acertou um balde na cabeça da modelo. “A Wanessa saiu da mesma maneira que eu saí, mas não vejo o mesmo tratamento”, comentou.
“Quando eu saí do programa, a minha equipe da época também me orientou a fazer um vídeo. Eu já tinha pedido desculpa para Natália dentro da casa na hora [do ocorrido], minutos depois, horas depois. Pedi desculpas no raio-x, mais uma vez, para a Natália, para o Brasil e a família dela”, continuou.
Depois do programa, a jovem participou do Domingão com Huck, no qual também pediu desculpa por sua atitude. “No meu pronunciamento, eu disse que 28 dias de confinamento não definem toda a minha história, trajetória e a pessoa que eu sou. A mesma coisa que a Wanessa falou no Fantástico.”
“Mas é engraçado que, no meu caso, [esse período] definiu. Não posso me pronunciar sobre qualquer tipo de pauta que as pessoas sempre me atacam por esse mesmo erro. A Wanessa ficou alcoolizada, foi até a cama do Davi e bateu nele. Se o programa não interpretasse como agressão, ela não seria desclassificada como eu. Então sim, também foi uma agressão”, analisou.
Maria lamentou que, por conta de sua expulsão do programa, o público ainda acredita que ela é uma pessoa “louca, desequilibrada e agressiva”. A atriz ainda pontuou que, se a dinâmica estivesse correta, ela não teria sido adaptada na temporada seguinte para que tivesse a participação de dummies, de forma que os confinados não tivessem contato direto.
“As pessoas respeitam o laudo da Vanessa Lopes, ela teve a oportunidade de falar sobre isso no Fantástico. Eu entrei no programa com hipotireoidismo desregulado, informei várias vezes, e ninguém nunca me deu o benefício da dúvida se aquele momento foi ocasionado pela dinâmica do confinamento que é totalmente estressante, pelo estado da minha saúde. Eu estava totalmente desregulada da saúde, mas ninguém fala. Saí do programa com fobia social por muitos meses”, relatou. Maria disse que frequentava sessões com psicólogo havia um ano quando entrou no programa. Ela salientou que “terapia não faz milagre” e que não havia contratado um coach para aprender a se portar no confinamento.
“No ano que fui participante do BBB, fui vítima de racismo, misoginia, machismo, homofobia, intolerância religiosa e classismo. Agora as pessoas simplesmente esqueceram que sou negra”, seguiu. “Demorei muitos meses para me recuperar da fobia social, nunca falei sobre isso na internet, porque se eu falasse, estaria me vitimizando. Mas é engraçado como as pessoas não me viam como uma menina de 21 anos na época.”
“Explicou para vocês como funciona o racismo estrutural: ele não me dá a oportunidade de errar duas vezes”, complementou.