Maternidade Preta: O que podermos aprender com a históriada Cris Guterres

Por: Liliane Rocha

Na coluna deste mês, tenho a oportunidade de compartilhar com vocês uma história inspiradora sobre família, adoção e maternidade preta. Convidei para um bate-papo a Cris Guterres. Ela é jornalista, apresentadora do Estação Livre, programa da TV Cultura que valoriza a cultura negra e a diversidade; colunista do Universa, plataforma do UOL dedicada às temáticas de gênero, e o mais importante, mãe de Rafael Guterres. 

Nessa conversa, a Cris fala dos desafios pelos quais passou em seu processo de adoção, dos temores de criar um adolescente negro num dos países mais violentos para a população negra, do trabalho diário que as mães têm que ter para empoderar um filho e, por fim, como se tornar mãe tem sido transformador em sua vida, refletindo, inclusive, na forma como ela se vê no mundo e se relaciona com as outras pessoas. 

Vamos a essa deliciosa conversa! 

Para iniciar essa conversa, quero saber o que te levou pra esse caminho da maternidade, da adoção, como foi pra vocêesse preparo para ser mãe?

Eu sempre quis ser mãe, mas eu nunca quis ser mãe biológica. Eu sempre desejei a maternidade, mas eu não nasci desejando ser mãe.  Acho que sempre acontece com a mulher, mais ou menos por volta dos 20 anos, pensando em maternidade, se vai vir ou não, né? Essa questão é posta como um instinto, a mulher já nasce querendo, comigo não foi dessa forma. Quando eu era nova, por exemplo, eu tinha aquela coisa de responder as perguntas: “Como vai ser o nome do seu filho? Ah, vai ser João!”, aquilo era muito condicionado. Era como se todo mundo tivesse me condicionando.  Mas quando eu estava com meus 20 anos e comecei a pensar em como que vou seguir a minha vida, a maternidade é uma decisão, mas é uma decisão também não engravidar.

Eu não queria engravidar, não tinha essa vontade, porque com os meus 16, 17 anos, as minhas primeiras amigas começaram a ficar grávidas, foi ali que comecei a ver que era algo para o qual eu não estava disponível. Foi quando eu entendi que, em algum momento, eu seria mãe através da adoção. Fui deixando mais para a frente e entendendo, nessa construção toda, que não seria mãe de um bebê e nem de uma criança, sempre querendo uma criança mais velha, querendo alguém já mais independente. Eu dizia assim que quando eu fosse mãe, meu filho ia chegar a dizer onde dói, porque eu não ia conseguir descobrir o que era o choro da criança.

E como foi o processo de adoção em si? As pessoas têm uma visão de que a adoção demora, que pode ser difícil. Como foi para você?

Então, para mim foi muito diferente, porque o Rafael era meuafilhado afetivo, então eu não esperei. Eu construí um relacionamento com ele, e num determinado momento, percebemos que a gente queria evoluir aquele relacionamento de madrinha-afilhado para mãe-filho. E aí nós entramos na justiça, então tivemos que esperar, mas foi uma espera juntos. Nós estávamos juntos, não teve aquele processo de dar entrada no fórum, fazer a habilitação, foi um caminho diferente.

A juíza entendeu que a gente criou um laço, e que era muito importante fortalecer e acreditar nesse laço, porque existe um medo do Judiciário brasileiro muito grande de que as pessoas utilizem o “amadrinhamento” afetivo como um caminho para driblar o tempo de espera do processo de adoção. Então, tem até uma regra que uma pessoa que estiver já no processo, ela não pode ser madrinha afetiva, e eu não estava no processo.

Então, para mim, não teve essa espera clássica que é a que você me pergunta, mas teve uma espera que é angustiante, que mesmo o Rafael morando comigo, a gente fica naquela expectativa de que talvez as coisas não deem certo, de que talvez a juíza não aceite. 

Tem uma espera da concretização, que, quando veio, foi muito comemorada! O Rafael comemorou intensamente, que aí é o momento que ele passa a ter o meu nome, é uma segurança, porque estamos falando de um menino que muitas vezes acha que vai ser rejeitado, e não. Ele pensa “Agora, realmente, ela se tornou minha mãe e eu tenho o nome dela”. A chegada do RG do Rafael foi um dia muito emocionante, pois era um RG novo com o meu sobrenome. Na cabeça dele, foi mais ou menos isso, minha mãe existe, mas ela é feita de uma outra forma.  

Cris, já conversamos anteriormente sobre isso e lembro que você falou sobre desmistificar o papel de herói, de heroína de alguém que adota. Você quer falar um pouquinho mais sobre isso?  Por que você é a favor de desmistificar esse olhar de heroísmo para quem adota. 

Ah sim, eu acho que é muito importante, entendo que é algo que a gente precisa derrubar, só que estamos muito longe disso, porque o que é colocado como uma maternidade de fato é uma maternidade biológica, e principalmente, recai sobre a mulher. Tem várias histórias que são contadas para nós “ah, minha mãe ou aquela mulher que preferiu passar fome com seu filho, mas não quis doar o filho”. E essa mulher, ela recebe uma glória, né? Essa mãe e tal. 

E assim, eu não estou nem dizendo que isso é certo ou que isso é errado, estou trazendo isso mesmo para que as pessoas passem a refletir sobre essa questão. Por que o fato de uma pessoa não querer criar seu filho muitas vezes é visto como uma ausência de amor? Isso não é verdade! Tem mulheres que são obrigadas a fazer escolhas, isso não é uma ausência de amor. E aí você que adota, se propõe a educar, a criar e amar o filho de uma outra pessoa, geralmente as pessoas veem isso como algo incrível, como maravilhoso. É uma pessoa colocada como uma salvadora, que está salvando alguém de um destino ruim e fadado a dar errado, e pela criança, você é visto como um herói.  Eu virei a salvadora quando eu adotei o Rafael.  

E até hoje, se eu falo para as pessoas que eu sou mãe pela adoção, que meu filho já chegou um pouco mais velho, e as pessoas dizem “nossa, você é maravilhosa, isso é incrível”. Eu costumo, às vezes, brincar com a pessoa, realmente eu sou mesmo, mas não por isso, né?  Eu sou maravilhosa por outros motivos, mas não por esse, eu simplesmente escolhi uma novavia de parentalidade. A possibilidade de você ser mãe hoje, ela não é só biológica, a gente tem outras vias, e uma delas é a adoção. E essa foi a escolha que eu fiz. 

E se a gente for parar para pensar mesmo, foi uma das escolhas talvez mais egoístas que eu já tive na minha vida.  Eu queria ser mãe, eu queria de qualquer forma ser mãe, então eu vou adotar para ser mãe, para garantir que eu possa viver pela experiência da maternidade. Então, eu acho que a gente precisa desmistificar esse lugar de salvador, e isso é muito importante, até para que a criança também não seja obrigada a entregar um resultado positivo na vida dela. Colocar o adotante nesse lugar de salvador, obriga o filho a uma gratidão eterna com aquela pessoa.  Esse lugar precisa ser desconstruído, e eu gosto muito de falar disso, para que as pessoas prestem atenção nas coisas que elas falam, nos recortes que elas fazem.  Tipo, “uau, vira uma salvadora”, não, não tem nada disso, gente. Virei mãe. E pronto, acabou, meu filho virou filho. Meu filho não precisa ficar com esse peso absurdo nas costas de ter que dar certo e de ser grato a mim eternamente.

É uma troca, uma relação de troca. Principalmente o Rafael, que já era mais velho.  Quando a gente foi entrar com o pedido da adoção, a Juíza o ouviu do começo ao fim. Ele, inclusive, falou com a juíza antes de mim. Então, foi uma decisão que nós dois tomamos, e ela perguntou “Você quer passar a ser filho da Cristiana? Ela vai te dar um nome, você vai agora fazer parte da família dela e tal. Você quer?” E ele disse, quero. Foi uma decisão nossa em comum. 

Falando de erros e acertos e de vivências, você é uma mulher negra com um filho adolescente negro em casa.  Quais os desafios de empoderar, de criar um jovem negro numa sociedade racista, como a sociedade brasileira?

Olha, eu acho que o maior desafio que eu tenho é de proteger meu filho.  Eu tento proteger o meu filho de todas as situações.Rafael adora um baile. E aí eu morro de medo, de situações com a polícia, a gente sabe exatamente como é. A gente mora num bairro de classe média, então já aconteceu de ser parado várias vezes, e quando dizia que morava no condomínio, a polícia falava “até parece que um menino ‘neguinho’ como você mora no condomínio, você tá vindo da favela”. Dessas situações que eu tenho medo.  Eu acho que isso de empoderar o Rafael, é a coisa mais fácil, porque eu sempre fiz isso na minha vida. Eu sempre fui essa pessoa que inspira, eu sempre achei que ia ser mais fácil lidar com um adolescente, porque sempre fui essa pessoa de estar junto dos adolescentes, falando de racismo, falando de questões raciais, questões de gênero, tendo a simpatia deles, e aí quando o Rafael chegou, pensei que a gente iria tirar de letra, a gente vai ser super amigo e tal, e é isso que a gente é. 

Só que eu preciso entender que tem as questões do Rafael.  Da vida dele, as inseguranças que ele tem. Mas o que eu tenho mesmo é o medo dos outros, tenho um medo muito grande.  Aí,às vezes eu fico colocando o limite para o Rafael, e penso que poderia ser mais leve.  Eu conversei uma vez com uma amiga, que é uma grande amiga, e eu falei “Em algum momento você teve medo que seus filhos não dessem certo? Que se tornassem aquilo que a sociedade esperava deles, bandidos?” Porque é isso que a sociedade espera dos nossos filhos pretos, ainda mais os nossos filhos pretos de favela. E ela falou: “o tempo todo, o tempo inteiro eu tive esse medo. Eu só consegui relaxar quando os meninos já eram famosos, porque aí eu falei, ufa, entreguei dois membros produtivos para a sociedade”. 

Eu tenho esse medo também, porque eu fico pensando que a ideia de que o futuro do meu filho não seria bonito se ele não tivesse tido uma oportunidade de conhecer essa família, de formar essa família, então não pode nada dar errado no caminho desse menino.  

E tem alguma coisa que você faz, Cris, para preparar o Rafael? Tem alguma coisa que faz para preparar ele para o futuro profissional em uma sociedade racista? Comoorienta ele a lidar com essas desigualdades estruturais no futuro?  

A gente conversa muito. Rafael é bem mais claro do que eu,então quando ele chegou, ele não se autodeclarava negro. E assim, foram conversas muito sutis, e o assunto racismo, o assunto gênero, sexo, estupro, eu sou jornalista, isso são as pautas da minha casa, as pautas do meu programa, as pautas das minhas conversas com as minhas amigas, com as pessoas que frequentam minha casa.  Então ele vai ouvindo isso, né? Eu nunca virei para o Rafael e falei que ele era negro, um dia ele começou a se declarar como negro.  No dia que ele falou “eraassim, mais ou menos, assim, da minha cor”. Eu ouvi, mas eu não corrigi, pensei que antes deveria entender o que estava acontecendo. E aí, um dia, a gente brincando eu disse para ele que ele era tão sem vergonha que nem ficava vermelho, e foi quando ele falou “eu não fico vermelho, eu sou negro, negro não fica vermelho”.  Então foi um processo normal de autoaceitação. E assim, no dia a dia, na escola, ele já começa a levar isso para lá. Já comentou comigo que a professora falou de tal coisa, de pessoa racista, e ele falou para ela que é assim, assim, assado.

Tenho amizade com pessoas transgêneros que frequentam minha casa. A primeira viagem que fiz com o Rafael, quando ele veio morar comigo, uma amiga trans estava com a gente. E foi tudo muito tranquilo, saudável, eu naturalizei muitas situações, as conversas são muito naturais entre nós dois. Eu converso com ele sobre tudo, não tenho limites. A gente fala de sexo, de relacionamento, de diversas questões.  Quando ele fala que vai no baile eu falo “Já sabe, né? Se disser não, é não! Você não vai insistir; não vai ficar com menina bêbada. Se a polícia vier, não corre; se mandar parar, para!” Essa já é uma conversa muito normal do nosso dia a dia. Então, eu acho que isso vai indo bem natural.

O que você recomendaria, Cris, para pessoas que pensam em adotar, estão ensaiando ainda essa maternidade? Quais são as dicas, quais os caminhos, que conselhos você daria?  

Eu acho que é muito importante, uma coisa que me ajudou muito, é ter uma doula de adoção. Existe essa profissional, a Mariana e a Mari Murada são doulas, no sentido tradicional que nós conhecemos, aquela profissional que acompanha a mulher grávida, até o momento do parto e pós. E aí, elas criaram esse projeto das doulas de adoção. A Mari, uma mulher que é filha adotiva, e ela foi uma profissional essencial. Ela acompanha tanto uma pessoa que hoje só tem a ideia (de adotar), e aí ela pode orientar, aonde você vai, onde você procura, onde você busca acesso. Como ela também acompanha alguém que já tá ali no processo, depois que a criança chega, ela acompanha também, porque são muitos desafios, desde o momento da decisão, até o fim da maternidade. 

A espera que é muito angustiante para quem passa pelo processo tradicional da adoção, porque isso é uma espera que muitas vezes chega a ser de 5, 6 anos, dependendo do recorte que a pessoa, ou o casal, faz para adotar.  Às vezes você quer ter uma menina bebê, é muito difícil adotar uma menina bebê, tem uma demora para isso. E ela é uma profissional muito importante para que você passe por esse processo. Mas eu acho que uma coisa que não precisa de profissional, é que você precisa saber o que você quer, e é importante. Às vezes as pessoas falam que o Brasil é um país racista e isso a gente sabe,até porque as pessoas só querem adotar meninas brancas, dos olhos azuis, e a gente sabe de tudo isso. Mas se você não tiver a fim de enegrecer pelo seu filho, você vai viver uma vida que não é bacana adotando uma criança preta. 

Então, também é importante saber se você está disponível aadotar uma criança negra e se tornar negra para o seu filho, porque aí você vai conseguir entender como é que funciona o racismo. Você está disponível para adotar um bebê? Será que esse desafio de um bebê para você, é interessante? E um adolescente que vai chegar com várias questões, com várias dúvidas, num momento crucial da vida de uma pessoa que é esse da adolescência. 

A gente gosta muito de criticar e parece que estamos muito pouco disponíveis a compreender. As pessoas perguntam como você pode ser mãe de um adolescente, mas por quê? Fases da vida dos filhos são todas desafiadoras, para algumas pessoascertas fases são mais, mas por que a gente coloca tanto peso emcima da adolescência? Talvez ela fique até mais difícil porcausa do peso que a gente coloca e das cobranças muito intensas que a gente faz em cima dos nossos filhos. O crucial é saber o que quer. Eu, por exemplo, sei que não consigo ser mãe de um bebê, e as pessoas perguntam como é que eu sei disso, aí é difícil, não tem essa resposta.  Mas talvez terapia, o processo de habilitação para a adoção é um processo interessante, porquevocê é questionado em vários momentos. Tem gente que critica porque demora muito tempo, mas é importante para que você seja avaliado, para que o Estado consiga mitigar ao máximo a possibilidade dessa união familiar não dar certo, porque se não dá certo para você, imagina para criança. Se for frustrante para você, imagina para criança. Em número de devoluções de crianças, devolução não é uma palavra que muitos juristas gostam, eles preferem dizer rejeição. Essa criança é obrigada a retornar para os abrigos, para a fila de adoção. Eu não sei exatamente qual é esse número, mas eu sei que ele não é pequeno.

Quem era Cris antes da maternidade e quem é a Cris depois da maternidade?

Sabe que eu nunca parei para pensar nisso, no antes e depois. Eu acho que me tornei uma mulher mais medrosa. Eu sinto muito medo. Sabe uma coisa que eu não sentia antes e que agora eu sinto? Eu tenho medo de morrer. Embora eu me prepare, me organize para isso e falo do assunto, pelo contrário de quem tem medo de morrer, mas não fala da morte, “ah, e vira essa boca pra lá”. Não é isso! Em contrapartida, eu falo de morte, inclusive. E acho que a gente tem que falar. Mas era um medo que antigamente estava tudo certo, se morrer amanhã tá tudo bem. Agora não, como assim, eu tenho que cuidar do Rafael, tem que fazer isso, tem que fazer aquilo. Então foi uma coisa que veio para mim. E quando eu percebi esse medo, comecei a me preparar mais, tomar mais cuidado com relação à possibilidade de uma morte, ainda mais que a maternidade veio na pandemia. Então, a gente estava ali, naquele momento pensando em se iríamos morrer, se não iríamos, né? Num dado momento a gente realmente questionou se a morte seria pra todos nós. Ainda mais num país como o Brasil, onde mais de 800 mil pessoas morreram.  

Então, esse foi um medo que veio na minha vida. Mas eu acho que eu fiquei mais interessante, porque agora eu gosto e conheço muita coisa, que eu nem fazia ideia. Eu sei falar de funk, coisas da cultura, do mundo, do Rafael, do universo dele, que eu acho legal. Eu fiquei mais interessante também porque eu posso falar do meu filho, eu o acho muito legal, então eu tenho orgulho de falar dele, das coisas que ele faz, como ele age. Enfim, eu acho que eu fiquei mais interessante!

E eu sou muito mais obstinada também, porque tem que dar certo agora, pois sou mãe. 

Cris, alguma coisa que a gente não falou e que você acha que é legal falar, algum complemento, algo que você queira compartilhar? 

Tem uma coisa: quando você perguntou quem era a Cris antes e depois. Uma das coisas que eu gosto muito de ser mãe do Rafael, é que ele desperta o melhor em mim. Eu fico querendo ser o melhor para agradá-lo, para estar com ele, pra gente viver bons momentos, e com isso, eu me tornei melhor pra mim mesma. Ficou mais gostosa até a minha relação comigo mesma. Isso é algo que eu percebi. 

É muito louco isso, né? Você gostar tanto de uma pessoa que você quer ser o seu melhor para ela, e a ponto de você gostar mais de você. E isso é algo que nenhum relacionamentoamoroso me deu. Eu acho que isso acontece com amigos também. Na verdade, o relacionamento amoroso até me deu, mas não nessa intensidade que a maternidade tem me dado. É uma intensidade muito absurda. É de querer estar sempre perto, de falar “nossa, vou voltar pra casa, que eu acho que está mais legal em casa, lá tem meu filho”. A gente é muito parceiro, então, isso é muito gostoso. E agora eu estou sofrendo um pouco, porque ele está bem numa fase que ele não quer mais sair comigo, essa é a pior fase para as mães, quando eles não querem mais ficar com a mãe.  

colunista: Lilian Rocha

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