Polícia afirma que o artista se apresenta apenas em áreas controladas pelo Comando Vermelho, e a defesa alega “roteiro repetido”
Na madrugada desta quinta-feira (29/05/2025), o artista Marlon Brandon Coelho Couto, mais conhecido como MC Poze do Rodo, foi preso em sua casa, localizada em um condomínio de alto padrão no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que investiga o cantor por possível incitação ao crime e conexões com o narcotráfico.
Ao ser levado para a Cidade da Polícia, Poze se mostrou irritado por estar algemado, mas optou por não se pronunciar. Seu defensor, Fernando Henrique Cardoso Neves, classificou a situação como “repetição de um roteiro já conhecido” e adiantou que, caso o artista não seja solto, entrará com um pedido de habeas corpus.
De acordo com as investigações, o funkeiro se apresenta exclusivamente em regiões dominadas pelo Comando Vermelho (CV), sempre sob a proteção de criminosos fortemente armados. A polícia afirma que suas letras promovem abertamente o tráfico de drogas, o uso de armas ilegais e conflitos entre grupos rivais, muitas vezes culminando em mortes de civis.
A DRE também aponta que os eventos musicais de Poze são usados pela facção para ampliar seus lucros com drogas, reinvestindo o dinheiro em armamentos e outros recursos ilícitos. “As composições ultrapassam a liberdade artística, configurando crimes de apologia ao tráfico e associação criminosa”, declarou a delegacia.
Eventos polêmicos e apreensão de bens
No último dia 19, o RJ2 divulgou imagens de um baile na Cidade de Deus em que criminosos armados acompanhavam a apresentação do cantor, sem qualquer receio de serem identificados. O show ocorreu pouco antes do assassinato de um agente da Core durante uma operação na comunidade.
Em 2020, Poze já havia sido visto em situação semelhante em um evento no Jacaré. Além disso, em novembro do ano passado, ele e sua esposa tiveram joias e carros de luxo apreendidos na Operação Rifa Limpa, que apurava sorteios fraudulentos. Os bens foram devolvidos em abril após decisão judicial, sob alegação de falta de provas.
O artista comemorou a vitória nas redes sociais, escrevendo: “Só quero o que é meu e o que Deus me concede”. Enquanto isso, as investigações sobre seu possível envolvimento com o crime organizado seguem em andamento