Revista Raça Brasil

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Mocidade e Gaviões encantam com axé na sambódromo, mas Ilú Obá de Min faz história nas escadarias do municipal

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Mauricio Pestana

CEO do Grupo Raça Comunicações. Jornalista, publicitário, cartunista e escritor, referência no país e no exterior no que diz respeito à produção de materiais didáticos nas áreas de diversidade, cidadania e direitos humanos. Foi secretário de Promoção da Igualdade Racial da Cidade de São Paulo e, atualmente, é diretor executivo da Revista Raça.

Força, fé e resiliência nos tambores do Ilú Obá de Min


Na noite de sexta-feira, a cidade de São Paulo foi banhada pela luz da ancestralidade, quando o Bloco Afro Ilú Obá de Min, com seus vinte anos de existência, abriu o Carnaval de rua com uma apresentação que será lembrada por muito tempo.

A escadaria do Teatro Municipal foi o palco escolhido para essa celebração da cultura afro-brasileira, e foi ali que quase quinhentas percussionistas, em sua maioria mulheres negras, se reuniram para tocar e cantar, invocando os espíritos ancestrais.

A força e a resiliência dessas mulheres são inspiradoras, e sua presença no carnaval é um lembrete da importância da religiosidade afro-brasileira em nossa cultura. Elas são as guardiãs da tradição, as transmissoras da sabedoria ancestral e as que mantêm viva a chama da resistência e da luta. Seus tambores e suas vozes são como um rio da orixá Oxum que flui, carregando consigo a história e a memória de um povo.

A apresentação do Bloco foi um espetáculo de beleza e poder, com as mulheres negras se movendo em harmonia, suas roupas coloridas e seus adornos brilhantes refletindo a luz da ancestralidade. Fiz parte da minoria de homens convidados a participar, já que o bloco é formado apenas por mulheres. Foi como se o tempo tivesse parado e o presente e o passado se fundissem em um único momento de celebração e conexão com os espíritos ancestrais.

A religiosidade das mulheres negras do bloco é um exemplo de como a espiritualidade pode ser uma fonte de força e resistência em um mundo que muitas vezes busca apagar a identidade e a cultura afro-brasileira. Elas são as que mantêm viva a chama da tradição e transmitem a sabedoria ancestral para as gerações futuras.

A apresentação é um lembrete de que a cultura afro-brasileira é viva e forte, e que as mulheres negras são as guardiãs da tradição e da religiosidade. Foi um momento de celebração e conexão com os espíritos ancestrais, e um lembrete de que a espiritualidade pode ser uma fonte de força e resistência em um mundo que muitas vezes busca apagar a identidade e a cultura afro-brasileira.

O desfile do Bloco Afro Ilú Obá de Min foi um espetáculo de beleza e poder, que celebrou um momento de conexão com os espíritos ancestrais e um lembrete de que a espiritualidade pode ser uma fonte de força e resistência em um mundo que muitas vezes busca apagar a identidade e a cultura afro-brasileira.

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