Mais da metade das mortes de bebês no fim da gravidez poderiam ser evitadas, segundo dados do Ministério da Saúde
A morte da filha da atriz Micheli Machado, ocorrida na reta final da gestação, trouxe à tona um debate importante sobre saúde materna, neonatal e pré-natal. Mais da metade das mortes fetais no Brasil poderiam ser evitadas com um acompanhamento médico adequado. Cada caso é único e não implica necessariamente em falta de pré-natal, mas os dados de 2023, indicam que o país registrou 20,2 mil mortes fetais, a maioria nas últimas semanas de gravidez, e 93% delas ocorreram antes do parto, segundo o Ministério da Saúde. Entre as principais causas estão a falta de oxigênio durante a gestação e complicações no parto, muitas vezes relacionadas à falta de acesso ao pré-natal de qualidade.
Quase três em cada quatro casos envolvem bebês com baixo peso ou prematuros, fatores que poderiam ser prevenidos com mais investimento em saúde materna e atenção básica. O caso da atriz Micheli, que percebeu a ausência de movimentos fetais e correu para a maternidade, onde foi constatada a morte da bebê, expôs de forma dolorosa a vulnerabilidade vivida por milhares de mulheres brasileiras.
Aos 43 anos, Micheli é conhecida por seu trabalho no teatro, no humor e na televisão, tendo atuado recentemente em Todas as Flores e sendo a primeira mulher negra da América Latina a lançar um especial de stand-up na Netflix. Sua perda, assim como as estatísticas, reforça a urgência de seguir discutindo e priorizando a saúde materno-infantil no Brasil. O Grupo Raça Comunicação se solidariza com a atriz.
Conteúdo atualizado às 18h, de 15/05/25.