Movimentos negros exigem ações antirracistas após mudança no nome da Festa Confederada
A decisão de renomear a polêmica Festa Confederada, realizada em Santa Bárbara d’Oeste, para “Festa dos Americanos” trouxe à tona debates sobre racismo e memória histórica. Movimentos negros locais consideram que a mudança do nome e a exclusão de símbolos como a bandeira confederada são apenas um passo inicial, mas insuficiente para enfrentar o peso histórico da escravidão e o legado dos confederados.
Os confederados eram imigrantes sulistas dos Estados Unidos que fugiram para o Brasil após a Guerra de Secessão (1861-1865), motivados pela defesa da escravidão como sistema econômico. A bandeira confederada, amplamente usada na festa, é vista como símbolo de opressão e supremacia branca, o que gerou críticas e pedidos de proibição do evento.
Segundo Silvia Motta, da Associação de Capoeira Motta & Cultura Afro, é imprescindível que a Fraternidade Descendência Americana (FDA) reconheça publicamente o erro histórico e peça desculpas formais pelos símbolos utilizados. Claudia Monteiro, da Unegro, reforça que é necessário um espaço para contar a verdadeira história dos confederados e seu impacto na população negra.
A FDA respondeu que busca promover a equidade racial e convida os movimentos negros a colaborar em ações conjuntas. No entanto, os grupos defendem que a reparação exige mais do que gestos simbólicos, é preciso políticas públicas e iniciativas que promovam justiça histórica e inclusão social.