O Brasil está caminhando para ter empresas comandadas majoritariamente por mulheres, de acordo com a pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo. O estudo revela que o público feminino responde por 54,6% do empreendedorismo potencial, enquanto os homens representam 45,4%. Além disso, a pesquisa aponta para um país com maioria de empreendedores e empreendedoras jovens, com até 34 anos, e predominantemente pessoas pretas e pardas.
Dados Sociodemográficos dos Empreendedores Potenciais:
– Idade: Mais da metade dos empreendedores potenciais têm entre 18 e 34 anos, com a faixa etária de 25 a 34 anos sendo a mais predominante (28,6%).
– Escolaridade: 74,9% dos empreendedores potenciais têm ensino médio ou universitário completo.
– Raça: Aproximadamente 63% dos empreendedores potenciais são pessoas pretas ou pardas.
A mulher preta empreendedora gera representatividade e exerce um papel fundamental no universo empreendedor. Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) em 2021, 47% das mulheres que empreendem no Brasil são negras. Isso mostra um avanço significativo para esse grupo que, infelizmente, ainda precisa enfrentar diversas barreiras para alcançar o sucesso profissional ¹.
As mulheres negras empreendedoras enfrentam uma série de desafios que dificultam sua trajetória no mundo dos negócios, sendo um dos principais a dificuldade de conciliar a vida pessoal com a vida profissional. Muitas vezes, elas acumulam múltiplas responsabilidades, além de gerir suas empresas, precisam cuidar da família, dos filhos e dos afazeres domésticos, o que acaba sobrecarregando sua rotina e limitando o tempo e a energia disponíveis para o crescimento dos seus empreendimentos.
Outro obstáculo recorrente é a falta de incentivo e apoio. Em muitos casos, essas mulheres não encontram suporte suficiente nem mesmo entre seus familiares ou amigos, o que pode gerar insegurança e isolamento. Além disso, o acesso a recursos financeiros também é dificultado pela ausência de políticas de crédito inclusivas e pelo olhar ainda discriminatório de muitas instituições financeiras, que não reconhecem o potencial das empreendedoras negras.
Por fim, o preconceito racial e de gênero segue sendo uma barreira estrutural. A discriminação pode afetar diretamente a autoestima dessas mulheres e limitar suas oportunidades de crescimento e reconhecimento. O impacto emocional do racismo e do machismo reflete não apenas na vida pessoal, mas também nas decisões de negócios, nos relacionamentos profissionais e na maneira como essas mulheres se posicionam no mercado. Apesar de todos esses desafios, elas continuam resistindo e construindo caminhos de sucesso, muitas vezes reinventando o empreendedorismo a partir da força, da criatividade e da ancestralidade.