Mulheres negras promovem campanha de 21 dias contra o racismo em Manaus

A campanha tem como principal objetivo a descentralização da discussão racial para além de dias temáticos como o 20 de novembro e o fortalecimento da luta antirracista

Iniciou nesta segunda-feira (11) a campanha “21 Dias de Ativismo Contra o Racismo” em Manaus. A ação foi idealizada pela professora (UFRJ) e psicóloga Luciene Lacerda, em 2017, e tem como principal objetivo a descentralização da discussão racial para além de dias temáticos como o 20 de novembro, a ampla propagação das pautas do movimento negro e o fortalecimento da luta antirracista.

A atividade, que acontece de 7 a 27 de março, é ainda uma alusão ao Dia Internacional da Luta contra a Discriminação Racial, instaurado pela ONU em referência ao massacre de Shapperville, na África do Sul, no dia 21 de março, e à campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que acontece em novembro.

Em Manaus, o “21 Dias de Ativismo Contra o Racismo” está sendo coordenado por Ythana Isis e Maria do Rio e apoiado por diversos coletivos negros da cidade. De acordo com a ativista e engenheira Ythana Isis, a campanha busca enfatizar a luta antirracista. “Nosso intuito é que estes 21 dias se transformem em 365, pois entendemos que a discussão sobre temas de extrema importância para a população negra acabam por se limitarem há apenas uma data no ano, que é o dia da Consciência Negra, que acontece em novembro”, afirma.

Dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, em setembro de 2017, mostram que no Brasil de cada dez brasileiros e brasileiras apenas dois assumem ser racistas, machistas ou homofóbicos, mas sete admitem já ter feito alguma declaração discriminatória pelo menos uma vez na vida.

Para a ativista transfeminista e atriz Maria do Rio, a luta contra o racismo em espaços culturais tem sido uma luta por liberdade. “Nossos símbolos de luta ao longo da história são vendidos, temos constantemente visto pessoas negras serem usadas como objetos, um exemplo é o uso da figura negra na festa da Vogue – no início de fevereiro, a diretora da Vogue Brasil, Donata Meirelles, promoveu uma festa luxuosa de aniversário que contou com mulheres negras fantasiadas de escravas para recepcionar os convidados – e com isso é necessário ampliar o debate sobre o direito de contar a nossa própria história, falar sobre o direito a ocupação de espaços, falar sobre a minha imagem”, disse.

A campanha segue até 27 de março através de vídeos lançados diariamente com temas voltados à educação, literatura de autoria negra, infância e juventude negra, afrotransfeminismo, cotas raciais e outros.

Os conteúdos serão lançados através das redes sociais da Rede de Ciberativistas Negras do Amazonas, Fórum de Juventude Negra do Amazonas, Coletiva Banzeiro Feminista, Coletivo Negro Alexandrina, Encrespa Geral, Baque Mulher Manaus, Coletivo Difusão, o núcleo do Amazonas da Articulação Nacional de Jovens Feministas Negras, Crioulas do Quilombo, Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, e ainda coletivos que atuam a nível nacional e no âmbito ciberativista fora do Amazonas, para dar visibilidade às ações que acontecem no norte do país, como o Fórum Nacional de Juventude Negra, Dicionário Subversivo, Levante Negro, Ativismo Negro e Criola, e ainda na página oficial do facebook da campanha “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”.

Acompanhe os vídeos nessas redes e no evento do Facebook da ação em Manaus: https://www.facebook.com/events/307657983276251/

*Com informações da assessoria de imprensa

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