Revista Raça Brasil

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Mundo se despede do papa Francisco em cerimônia histórica

Cortejo atravessou a capital italiana sob o olhar de milhares, enquanto o colégio cardinalício já se prepara para o desafio da sucessão

Sob um céu limpo de primavera romana, a Praça de São Pedro se transformou neste sábado num mar humano de dor e reverência. Estimativas oficiais contabilizaram mais de 250 mil presentes no funeral de Francisco, número que superou todas as projeções iniciais. Desde as primeiras horas da madrugada, peregrinos de diversas nacionalidades ocuparam cada centímetro do espaço sagrado, muitos carregando bandeiras argentinas em homenagem às origens do pontífice falecido.

O ritual fúnebre mesclou solenidade milenar com espontaneidade popular. Quando os oito carregadores depositaram o ataúde de cipreste diante do altar, começou uma ovação que ecoou por minutos, rompendo momentaneamente a solenidade do rito. Entre os presentes, destacavam-se as figuras de diversos líderes mundiais, que interromperam seus afazeres políticos para prestar suas homenagens.

Na homilia, o cardeal decano Battista Re teceu elogios à capacidade do falecido em “falar a linguagem do cotidiano”, lembrando episódios como as aparições no papamóvel que marcaram seu estilo pastoral. O momento mais comovente surgiu quando o celebrante citou as incansáveis exortações de Francisco pela paz: “Sua voz permanecerá ecoando como advertência contra a insensatez belicista”, proclamou, gerando nova onda de aplausos.

Enquanto isso, nas imediações da Basílica, começavam os primeiros movimentos pré-conclave. Analistas apontam que a escolha do sucessor poderá refletir a tensão entre continuísmo reformista e retorno a posturas mais tradicionais. Neste contexto, ganha relevância a análise de Maurício Pestana, colunista da Revista Raça, que recentemente explorou a possibilidade histórica de um primeiro papa negro na era moderna, cenário que poderia redefinir o diálogo da Igreja com o mundo contemporâneo.

O périplo final terminou na Basílica de Santa Maria Maggiore, local especialmente querido por Bergoglio, onde apenas um seleto grupo de clérigos acompanhou o depósito provisório dos restos mortais. Nas ruas adjacentes, enquanto a polícia desmontava os esquemas de segurança, pequenos grupos ainda permaneciam em oração silenciosa, conscientes de terem testemunhado a página final de um pontificado que marcou época.

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