Museu Afro Brasil celebra duas potências negras

O Museu Afro Brasil (MAB), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, encerra o mês de agosto, em que são comemoradas duas potências da cultura negra – os dias do Capoeirista (03) e do Samba-Rock (31) –, com uma programação especial e gratuita.

Em 31 de agosto, data em que o Estado de São Paulo celebra o Dia do Samba-Rock, o MAB, em parceria com a oN! Hub Digital, apresenta o “Negras Palavras: Olha aí, o Samba-Rock, meu irmão!”, que convida Néia Limeira, Tadeu Kaçula e Tania Regina para dialogarem sobre o nascimento, a importância e a evolução do samba-rock, das periferias paulistanas para o mundo, além do lançamento do mapeamento digital da Conferência Global de Samba-Rock. A discotecagem do Coletivo Samba Rock di Quebrada encerrará o evento em grande estilo. 

Tombado como patrimônio imaterial da capital paulista, em 2016, e conhecido também como sambalanço e samba swing, o gênero musical, a dança e o movimento surgiram no início dos anos 1950, diante do crescimento da cidade e os seus impactos para a cultura da comunidade preta e periférica. A data homenageia o nascimento do paraibano Jackson do Pandeiro, cantor e compositor de forró e samba que, em 1959, popularizou a palavra samba-rock no refrão da música “Chiclete com Banana”, composição de Gordurinha e Almira Castilho de Albuquerque: “Olha aí, um Samba-Rock, meu irmão!”. No sábado (03/09), o Museu Afro Brasil irá propor duas atrações especiais.

No “Encontro com Artista: Eustáquio Neves”, o artista conversará com o público sobre a sua trajetória, obras e o processo de trabalho, além de abordar a concepção do livro “Aberto pela Aduana”, que será lançado durante o evento. “O encontro promove uma interlocução entre os visitantes e o convidado, com o objetivo de ampliar as possibilidades de apreciação estética do participante, a partir do contato com a obra e com a história do artista”, explica Joyce Farias, pesquisadora do MAB e mediadora do bate-papo. 

A obra, que tem apoio do Rumos Itaú Cultural 2019-2020, nasceu do Livro de Artista de Eustáquio Neves, que leva o mesmo nome e integra o acervo da instituição. No entanto, apesar de ter estrutura semelhante a de um livro, este é um objeto de arte que fala por si próprio, produzido a partir da manipulação de materiais de arquivo do fotógrafo, desenhos, colagens e outras técnicas. 

O primeiro sábado de setembro também será marcado pela edição do “Cine MAB” e do “Negras Palavras” para a exibição e diálogos de lançamento, em São Paulo, do documentário “A Verdadeira História de Besouro Mangangá” (2020), dirigido por Mestre Sidney de Jesus, do Grupo de Capoeira e Tradição Quilombola, em Santo Amaro (BA). O filme conta a história de Besouro Mangangá, homem negro que viveu no início do Século XX, considerado um herói da capoeira no Brasil que lutou contra o sistema no período pós-abolição. “Este é um documento histórico precioso. O documentário sobre Besouro, assim como as narrativas e experiências do funk, do samba de roda do recôncavo, do candomblé, dentre outras manifestações artísticas negras, fazem parte do movimento de resistir e existir, contando, confrontando e ressignificando experiências de liberdade”, ressalta o mestre. 

Para além da presença de Mestre Sidney de Jesus, o diálogo contará com a participação dos Mestres Limãozinho e Rodrigo Minhoca. Rodrigo Minhoca, da Casa Mestre Ananias, paulistano nascido em 1978, foi apresentado à capoeira no início dos anos 90 e conheceu Mestre Ananias, com quem conviveu por 21 anos, na Roda da Praça da República. Gestor de projetos e responsável pelo movimento cultural da Casa Mestre Ananias, fundada em 2007 junto ao Seu Mestre, hoje mantém a continuidade desse legado. A partir dos universos da Capoeira e do Samba tornou-se produtor cultural por meio da Uirapuru Assessoria Cultural e Eventos, fundada por ele em 2004 e que se mantém até os dias atuais. 

Mestre Limãozinho é presidente e fundador do grupo T.O.C.A Terreiro Original de Capoeira Angola, onde ministra aulas de Capoeira Angola, Samba de Roda, Maculelê, fabricação de artesanatos e instrumentos. Divulgador da cultura popular brasileira – a qual foi inserido desde a sua infância, no Terreiro de sua avó, Cadinha –, da Capoeira, do Samba de Roda e Samba Chula do Recôncavo Baiano, ensina sobre fundamentos, ritmo e ancestralidade.

Programação

“Negras Palavras: Olha aí, o Samba-Rock, meu irmão!”

Data e horário: 31/08, das 15h às 17h

Local: Teatro Ruth de Souza

Inscrições: https://museuafrobrasil.byinti.com/#/ticket/

“Encontro com Artista: Eustáquio Neves”

Data e horário: 03/09, às 11h

Local: Biblioteca Carolina Maria de Jesus

Inscrições: https://museuafrobrasil.byinti.com/#/ticket/

“Cine MAB: A Verdadeira História de Besouro Mangangá”

Data e horário: 03/09, das 15h às17h

Local: Teatro Ruth de Souza

Inscrições: https://museuafrobrasil.byinti.com/#/ticket/

“Negras Palavras: A Verdadeira História de Besouro Mangangá”

Data e horário: 03/09, das 17h às 18h.

Local: Teatro Ruth de Souza

Inscrições: https://museuafrobrasil.byinti.com/#/ticket/

Museu Afro Brasil

Endereço: Parque Ibirapuera, Portão 10 (Estacionamento pelo Portão 3)

Ingressos: R$ 15 (meia-entrada R$ 7,50) / Entrada gratuita às quartas-feiras
Ingressos online: https://museuafrobrasil.byinti.com

Sobre o Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu diretor curador, Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil é um espaço de história, memória e arte.

Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em cerca de 12 mil m2, um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias, atividades educativas, além de uma ampla programação cultural.

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