Nações africanas condenam racismo na fronteira ucraniana em reunião do Conselho de Segurança da ONU

Embaixadores do Quênia, Gana e Gabão criticaram relatos sobre o tratamento racista dado aos africanos e afrodescendentes que procuram fugir da Ucrânia

Com informações da CNN – Representantes das três nações africanas no Conselho de Segurança da ONU – Quênia, Gana e Gabão – condenaram a discriminação contra cidadãos africanos na fronteira ucraniana durante uma reunião do CSNU na sede da ONU em Nova York nesta segunda-feira (28).

“Na emergência que se desenrola, houve relatos perturbadores sobre o tratamento racista de africanos e afrodescendentes que procuram fugir da Ucrânia para um local seguro”, disse o embaixador queniano na ONU, Martin Kimani.

Kimani disse que “a mídia está cobrindo esses incidentes terríveis e vários estados confirmaram que seus cidadãos estão sofrendo esse tratamento”.

“Condenamos veementemente esse racismo e acreditamos que é prejudicial ao espírito de solidariedade que é tão urgentemente necessário hoje. Os maus-tratos aos povos africanos nas fronteiras da Europa precisam cessar imediatamente, seja para os africanos que fogem da Ucrânia ou para aqueles que cruzam o Mediterrâneo”.

Kimani acrescentou que o Conselho de Segurança precisa “ser capaz de entender que há atores que querem ampliar essa história por razões cínicas que nada têm a ver com o bem-estar e a segurança dos africanos”.

Ele também agradeceu à Hungria, Polônia, Romênia e Eslováquia por permitirem que cidadãos quenianos fugissem da Ucrânia para entrar em seus países sem visto.

A vice-embaixadora de Gana na ONU, Carolyn Oppong-Ntiri, ecoou o sentimento em seus comentários, pedindo a facilitação de movimentação das pessoas que fogem da Ucrânia “sem discriminação” e a prestação de assistência humanitária, “incluindo assistência médica de acordo com os princípios de humanidade, neutralidade e imparcialidade”.

O embaixador da ONU no Gabão chamou os relatos de racismo de “inaceitáveis”.

“Pedimos respeito à dignidade e tratamento equitativo de todas as pessoas em circunstâncias terríveis. É uma oportunidade para o meu país recordar o apelo da União Africana ao respeito do direito internacional que exige tratamento igual para todas as pessoas que cruzam fronteiras internacionais em áreas de conflito”, disse o embaixador Michel Xavier Biang.

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