Negros, filhos de faxineiras, pedreiros e garis, agora advogados pela USP

Frequentar a universidade é sonho de muitos negros e negras brasileiros. Porém, nem sempre a realidade da família afrodescendente no Brasil contribui para a realização de ingresso na academia.

Faxineiras, pedreiros,  garis e professores podem se orgulhar de ter um filho formado advogado.

Em 2018, a USP (Universidade de São Paulo) iniciou a 1ª turma — em quase 200 anos de história da instituição — a ter vagas reservadas para pretos, pardos e indígenas.

“A gente não podia se dar ao luxo de só estudar. A primeira turma de cotistas negros tinha de ser ativa politicamente”, relata Letícia Lé, de 24 anos.

E foi exatamente o que fizeram. As iniciativas do grupo permitiram uma série de transformações na instituição ao longo dos últimos 5 anos, como: implementação de políticas de permanência mais efetivas, com reajuste de bolsas para jovens de baixa renda e reformas na residência estudantil e a inclusão de novos debates em sala de aula e de autores negros nas bibliografias das disciplinas.

Com essa perspectiva, coletivos de pesquisadores negros e negras surgem e se fortalecem pelo país. Um exemplo desse colegiado é o @neusasantos.coletivo

“O coletivo foi o braço que me segurou na universidade. Se não fosse o reconhecimento que eu não estava sozinha na luta contra o racismo, certamente eu não teria concluído meu mestrado. O apoio de meus companheiros do ‘Neusa Santos’ foi fundamental para continuar.” relata Rose Oliveira, cotista e mestra pela PUC-SP 

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