Neste sábado tem noite da beleza negra no Ilê

Neste sábado (15), o coração do Curuzu vai pulsar ainda mais forte com a 44ª edição da Noite da Beleza Negra. O evento, que este ano traz o tema “Curuzu é o Mundo”, promete uma noite repleta de emoção, tradição e celebração da cultura afro-brasileira. Mais do que um concurso de beleza, a festa é um encontro de memórias, identidade e resistência, com a escolha da Deusa do Ébano 2025 e uma homenagem especial a Dete Lima, fundadora e estilista do Ilê Aiyê, que dedicou sua vida a vestir de ancestralidade e orgulho o bloco afro mais antigo do Brasil.

A Noite da Beleza Negra não é apenas um espetáculo, é um ato de afirmação e reconhecimento do papel fundamental da comunidade negra na construção cultural do país. O Curuzu, bairro que abriga o Ilê Aiyê há 50 anos, se torna, mais uma vez, palco de uma celebração que ressoa para além das ruas e vielas da Liberdade. O tema deste ano reforça que a essência do bairro ecoa mundo afora, levando consigo a força, a luta e a beleza de um povo que constrói sua história com resiliência e esperança.

A programação da noite foi cuidadosamente pensada para emocionar o público. A apresentação de Cris Vianna e Jennifer Nascimento promete ser um dos pontos altos do evento, com uma performance ao som da música “Fé”, de Iza, exaltando a ancestralidade e a força das mulheres negras. As atrizes, que já expressaram publicamente o orgulho de suas raízes, compartilharão o palco com nomes como Rachel Reis, Larissa Luz, o Coletivo Afrobapho e a orquestra Aguidavi do Jêje.

Mas a celebração não para por aí. O público poderá assistir a uma vibrante batalha de vogue, trazendo uma performance cheia de energia e expressão artística. E, em um momento de pura emoção, Larissa Luz fará uma entrada triunfal para interpretar a trajetória histórica do Ilê Aiyê, relembrando momentos marcantes e reforçando a importância do bloco na construção de uma narrativa de orgulho e pertencimento.

Dete Lima, responsável por criar figurinos que são verdadeiras obras de arte e símbolos de resistência, será homenageada nesta edição. Seu trabalho, que transcende o corte e a costura, veste a história, a ancestralidade e o orgulho de um povo. Para o presidente do Ilê, Antônio Carlos Vovô, homenagear Dete é reconhecer a importância de preservar a memória e a identidade negra em meio a uma sociedade que tantas vezes invisibiliza essas histórias.

O bairro Curuzu, muitas vezes alvo de preconceitos, é o protagonista do tema deste ano. Para além dos muros do Ilê, o bairro é um símbolo vivo da resistência negra em Salvador. “Curuzu é o mundo porque aqui temos a essência de um povo que, mesmo diante das adversidades, mantém viva sua cultura, sua fé e sua luta”, destaca Vovô.