Chega à TV no dia 6 de agosto uma produção que não apenas documenta, mas honra — com cuidado, respeito e afeto — a história viva de um povo que resiste há séculos. A série “Territórios Negros”, produzida pela Têm Dendê Produções, estreia no canal Prime Box Brazil como um convite para que o Brasil olhe, com mais atenção e escuta, para a força ancestral que pulsa nas comunidades negras da Bahia.
Ao longo de oito episódios de 26 minutos, a série percorre caminhos, corpos e memórias marcadas pela herança africana. Tudo isso guiado pelas vozes de Nara Couto e Sued Hosaná, mulheres pretas, artistas e contadoras de histórias, que conduzem a jornada com beleza e verdade.
Histórias que atravessam o tempo
Mais do que contar fatos, a série se propõe a sentir. Cada episódio é tecido por depoimentos sinceros e imagens que revelam o quanto as tradições africanas seguem vivas — nos terreiros, nas expressões artísticas, nas rodas de conversa, nos rituais, nas danças e em cada gesto cotidiano que carrega fé, resistência e afeto.
A diretora Carine Fiuza resume com sensibilidade o coração do projeto: “Como um continente consegue se manter vivo mesmo quando fragmentado?” — essa é a pergunta que ecoa por trás de cada história contada. E a resposta está ali, nas vozes de quem vive, preserva e compartilha os saberes herdados dos seus — muitas vezes em silêncio, outras vezes com canto.
Territórios de memória, corpo e resistência
Mais do que lugares físicos, os “territórios negros” que a série apresenta são também espaços simbólicos, afetivos, espirituais. São lares erguidos com fé. São caminhos trilhados com dor e beleza. São comunidades que, apesar das perdas impostas pelo racismo histórico, seguem firmes na missão de manter vivas as suas raízes.
Com roteiro de Mônica Santana, produção executiva de Keyti Souza e Taguay Tayussy, e apoio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), o projeto é fruto de um time majoritariamente negro, que constrói, com autonomia e sensibilidade, um audiovisual que respeita os seus — e os nossos.
Uma homenagem à herança que vive em nós
“Territórios Negros” é mais do que uma série. É um abraço na ancestralidade. Um gesto de reverência. Uma afirmação de que o passado não ficou para trás — ele caminha conosco, guia nossos passos e continua gerando vida.
Para quem carrega África no sangue, na fé, na pele ou na memória, essa série é como voltar pra casa.