O ouro é negro: Alison dos Santos recebe a medalha do mundial
Alison dos Santos é o novo campeão mundial dos 400m com barreiras. Com 46s29, o terceiro melhor tempo da história da prova, o brasileiro de 22 anos conquistou a medalha de ouro na decisão em Oregon, nos Estados Unidos. Os americanos Rai Benjamin e Trevor Bassitt completaram o pódio. Campeão olímpico e recordista mundial da prova, Karsten Warholm terminou na 7ª colocação.
Sabe quando você sonha com alguma coisa? Quando acorda todo dia na sua vida pensando nisso? Eu estava assim nessa temporada. Sonhando com esse resultado, essa vitória – disse o novo campeão mundial.
É um momento indescritível, é uma sensação maravilhosa de alcançar o topo do mundo”, completou.
O brasileiro estabeleceu o recorde da prova no Campeonato Mundial de atletismo. É, também, a melhor marca da temporada, seis décimos à frente do segundo colocado. Benjamin, prata, fechou a prova com 46s89, com Bassit um pouco atrás (47s39).
Piu, como é conhecido o novo campeão mundial, já fazia uma excelente temporada antes da noite desta terça. Em 2022, ganhou todas as quatro etapas da Diamond League que disputou e chegou em Eugene como líder do ranking mundial na prova, em que o Brasil nunca teve tradição.
A World Athletics, organização que gere o atletismo, usou as redes sociais para brincar com o resultado de Piu na decisão, colocando o rosto dele no lugar do Cristo Redentor.
Em 2021, Alison já fez história ao conquistar o bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio com o tempo de 46s72, apenas 0s02 acima do recorde mundial até aquele dia. O azar do brasileiro é que tanto Warholm quanto Benjamin correram tempos abaixo da melhor marca da história, estabelecida um mês antes pelo próprio norueguês.
Foi a primeira vez que um brasileiro conquistou medalha em uma grande competição internacional na prova dos 400m com barreiras. Aos 22 anos, Alison dos Santos já foi campeão pan-americano em 2019, em Lima, no Peru. Além do bronze olímpico, conquistou também o terceiro lugar no mundial sub20, em 2018.
Alison passou por um longo período de treinos nos Estados Unidos neste ano, em Chula Vista, na Califórnia, com o objetivo de aprimorar os primeiros 200m da prova, o que era a principal deficiência do brasileiro.
Quem também fez bonito foi a brasileira Vitória Rosa na semifinal dos 200m livre. Correndo contra estrelas como Elaine Thompson-Herah, Tamara Clark e Dina Asher-Smith, a brasileira anotou o tempo de 22.47, novo recorde sul-americano da prova.
Fonte: GE/GLOBO