O pior lugar do Brasil para um LGBTQIA+ viver
Um levantamento do Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB) trouxe um dado preocupante, em 2024, o Brasil registrou 291 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+, um aumento de 13,2% em relação ao ano anterior. Salvador, capital da Bahia, apareceu como a cidade mais perigosa para a comunidade, com 14 mortes, seguida por São Paulo e Belo Horizonte.
Os dados fazem parte de uma série histórica do GGB, que coleta essas informações há 45 anos. O levantamento é baseado em notícias veiculadas na imprensa e relatos enviados à ONG. Entre as vítimas, 165 eram gays, enquanto 96 eram travestis e mulheres transgênero. A pesquisa também mostrou que as regiões Nordeste e Sudeste lideraram o número de casos, com 99 mortes cada.
Armas brancas e de fogo foram os meios mais usados nos crimes, enquanto espancamentos ocuparam o terceiro lugar. As profissões mais comuns entre as vítimas foram professor, cabeleireiro, técnico de enfermagem, médico e instrutor de dança. Entre mulheres trans e travestis, muitas atuavam como profissionais do sexo, seguidas por ativistas e cantoras.
A maior parte das pessoas mortas era branca (115 casos), mas também foram registradas 79 mortes de pessoas pretas e pardas. A faixa etária mais afetada foi de 26 a 35 anos, representando 66 vítimas.
Os dados reforçam a urgência de discutir e implementar políticas públicas que protejam e valorizem a vida de pessoas LGBTQIAPN+. A violência que ainda permeia a sociedade brasileira atinge de forma desproporcional aqueles que lutam por respeito, aceitação e igualdade. Salvador, com seu histórico de riqueza cultural e diversidade, precisa refletir sobre esse título de cidade mais perigosa para a comunidade e buscar formas de promover segurança e acolhimento.