O PODER DA MULHER PRETA

A mulher preta está se movendo na direção da retomada do seu lugar de fala e da sua ascensão social como indivíduo livre. Vem despertando e se desprendendo das sequelas que a barbárie e as práticas perversas do racismo lhe impuseram.

Não é um caminho fácil quebrar os muros injustos do preconceito e do racismo que estão impregnados nesse sistema social caótico brasileiro. Mas, apesar dessa montanha de desafios, as mulheres pretas começaram a se mexer.

Quando se fala desse assunto é bom levantar a memória de algumas mulheres negras que, apesar de historicamente importantes, não têm seus nomes lembrados com a frequência e o mérito que deveriam.

Trago aqui uma lista delas, nomes que estão no projeto “Ensinar História”, da professora Joelza Ester Domingues. Mulheres africanas, rainhas gueiras e lideres espirituais. Apenas citarei os nomes em um convite aberto para que vocês bisquem conhecer essas histórias surpreendentes, isso com certeza mudará alguma coisa pelo menos nas nossas consciências:

Hatshepsut (1473 – 1458 a.C.), Egito; Tive (1398 – 1338 a.C.), Rainha de Kemet; Nefertite (1370 – 1330 a.C.), Egito; Nefertari (1290 – 1254 a.C.), Egito; Makeda/balkis (970 a.C.), Rainha de Sabá; Amanisshaketo (anos 40 ou 10 a.C.), Rainha de Etiópia; Amina (1425), Rainha Huaça de Zazau – Atual Negéria; Nzinga 1582 – 1663) Reino Ashanti; Dahlia al-Kãhina, século VII, líder Berbere; Ranavalona (1778/1861), Rainha de Madagascar; Nandi Ka Bhebhe (1769 – 1827) Rainha Zulu; Nehanda (1840/1898), Zimbábue. As fontes dessa pequena pesquisa citam os historiadores Ney Lopes, Joyce A., Tyldesley, Guilda Jackson, Stenley Alpren, Edna bay.

Essas são apenas algumas de uma extensa lista de mulheres pretas poderosas que não são citadas nas escolas ou nos livros de história.

Dizem que quando a mulher preta se movimenta o mundo se movimenta, isso é porque estamos no topo da pirâmide do sofrimento e da desigualdade e o nosso movimento reverte a realidade de toda humanidade.

O Brasil é um país em que a prática do racismo, mesmo sendo considerado crime, se perpetua pela pouca sensibilidade e falta de equidade e moral social. A negação dos direitos pétreos ao povo negro e, em especial, à mulher negra, é uma prática diária no nosso país.

Graças a muita luta assistimos à chegada de novas mulheres negras ao poder, levantando a nossa história e trazendo referencial para as novas gerações. Salve nossas rainhas e Yabás, nossas mais velhas que se levantaram e hoje são combustível para que, a cada dia, possamos dar nossos próximos passos!

A perseverança para essas conquistas é importantíssima pois garante uma vida melhor para as nossas crianças e jovens. Numa sociedade onde a dor da fome e da injustiça não comove a maioria, seguiremos lutando em busca de novos horizontes. “Mulher Preta massa real, infinita força nagô, Mulher Preta que aqui chegou tão sofrida. Mulher Preta Mãe Iaô, Mulher Preta essência de Fé, Guardiã, Curandeira do Ifé,

Massaranduba da Vida” (Canção Minha Diva, Minha Mãe – Margareth Menezes).

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