O racismo vem de casa

Em Porto Alegre, quase 40% dos casos de preconceito racial e LGBT+ são registrados no ambiente familiar ou no trabalho, onde as vítimas supostamente estariam protegidas, em território seguro. Dos 617 boletins registrados em 2022 na Delegacia de Combate à Intolerância da Capital, 134 ocorreram no âmbito familiar e 106 no local de trabalho. Juntas, os 240 registros somam 38,9% dos casos. Outras 96 ocorreram no meio virtual e 64 em via pública.

O cenário preocupa a titular da DP, delegada Andrea Mattos. Segundo ela, denunciar discriminação já é um passo delicado para muitas vítimas, e se agrava quando envolve pessoas próximas, além de haver uma dificuldade maior para conseguir testemunhas nesses casos.

A delegada acredita que os casos são mais frequentes nesses locais porque as pessoas têm intimidade com a vítima, estão mais à vontade, e acabam proferindo ofensas. Por vezes, falas discriminatórias também são usadas como forma de demarcar uma hierarquia, seja na família ou no trabalho, diz Andrea. “É preciso que as pessoas estejam atentas, que incentivem a denúncia, que se ofereçam como testemunha quando presenciarem um fato. Não se pode deixar que esse tipo de atitude passe por algo normal, do dia a dia”, avalia.

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