O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo emocionado ao falar sobre a guerra em Gaza. Para ele, não há justificativa para a destruição que tem atingido milhares de civis palestinos.
Em um evento na Irlanda, na sexta-feira (26), Obama afirmou que é “inaceitável ignorar a crise humanitária dentro de Gaza” e destacou a urgência de se buscar um caminho que garanta tanto a criação de um Estado palestino quanto a segurança de Israel.
“É importante reconhecermos aqueles que não são partes diretas da violência e dizermos: neste momento, as crianças não podem morrer de fome. Não há justificativa para seguir destruindo o que já é escombros”, disse.
Críticas à liderança política
Obama aproveitou a ocasião para criticar líderes que, segundo ele, alimentam divisões por interesse próprio. Citou inclusive o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com quem teve uma relação difícil durante sua presidência.
“Muitas vezes a liderança política tem interesse em manter a ideia de que somos apenas nós e eles. É um jogo cínico que ajuda a se manter no poder”, afirmou.
Apesar de condenar a ofensiva de Israel, Obama também criticou o Hamas, chamando sua postura de “abordagem cruel” que coloca em risco a própria população palestina.
Escalada do conflito
O ex-presidente fez suas declarações em meio a uma escalada no conflito. Israel iniciou neste mês uma incursão terrestre na Cidade de Gaza, considerada um dos últimos redutos do Hamas. A ONU já alertou que a operação pode forçar o deslocamento de até 1 milhão de pessoas.
Enquanto isso, os Estados Unidos tentam intermediar soluções diplomáticas. O governo Trump apresentou um plano de paz de 21 pontos a líderes árabes e o próprio presidente reforçou sua insatisfação com Netanyahu: “Não permitirei que Israel anexe a Cisjordânia. Já chega. É hora de parar agora”.