Se a novela Vale Tudo refletisse a realidade de hoje, Odete Roitman provavelmente estaria viva e concorrendo a um cargo eletivo nas próximas eleições. A ironia é que, apesar de odiar o Brasil e seu povo, ela seria eleita pelo Congresso Nacional, seria representante de parcela autêntica das classes alta e média branca que historicamente usurparam o poder e exploraram as classes menos favorecidas desde sempre.
Nesse cenário, Odete Roitman seria a personificação perfeita da elite econômica brasileira, que perpetua a desigualdade social e econômica no país, tornando-nos um dos países mais desiguais do mundo. Ela votaria contra qualquer lei que visasse promover a justiça social e a igualdade, seguindo o exemplo de muitos parlamentares que priorizam seus próprios interesses e as classes nas quais eles defendem.
A desigualdade racial e social no Brasil é um problema crônico, resultado de um processo histórico, que inclui a escravidão e a exclusão de grupos marginalizados. A classe alta e média branca detém o poder econômico e político desde que Cabral aportou suas caravelas aqui, enquanto os grupos mais vulneráveis, como negros e pobres, continuam lutando por direitos básicos.
Nesse contexto, não é difícil imaginar Odete Roitman sendo absolvida por crimes cometidos, graças à influência e ao poder que ela acumularia como parlamentar, oficializando o poder econômico que já tem. Ela se beneficiaria de um sistema que protege os privilegiados e ignora as necessidades dos mais pobres.
A personagem de Odete Roitman é um símbolo da elite brasileira que se beneficia da desigualdade e da injustiça social. Sua possível ascensão ao poder político seria um reflexo da crise de representatividade que o Brasil enfrenta, onde os interesses das elites são priorizados em detrimento das necessidades do povo.
Se a novela Vale Tudo refletisse a realidade brasileira atual, provavelmente mostraria Odete Roitman, não apenas como uma vilã, mas como uma representante legítima da classe dominante, que controla o poder e manipula o sistema em seu favor. Sua história seria um reflexo da luta de classes e da necessidade de mudanças profundas, para promover a justiça social e a igualdade no Brasil.
A ascensão de Odete Roitman ao poder também levantaria questões sobre a meritocracia e a capacidade do sistema político brasileiro de representar os interesses do povo. Seria um lembrete de que, muitas vezes, os poderosos conseguem se manter no poder, mesmo que isso signifique perpetuar a desigualdade e a injustiça presentes em nosso cotidiano, iludidos com má retórica reformista de um sistema podre.