Olimpíadas: músico negro excluído da cerimônia de abertura denuncia racismo
A preocupação dos organizadores, de acordo com a denúncia, era que incluir um homem negro na apresentação seria “inapropriado”, além de forçá-los a ter de representar um espectro maior de etnias do que estavam dispostos.
Convidado em dezembro, o experiente percussionista, que mora e se apresenta no Japão há mais de 20 anos, teve de declinar outros trabalhos para se dedicar à abertura dos Jogos. Em seu relato, ele chama a atitude do comitê de “totalmente racista”.
“Me disseram ‘Por que esse cara? Por que esse cara africano?’. Eu vi um monte de coisas, eu senti muitas coisas, mas isso simplesmente não se encaixa com as Olimpíadas. Por que eu deveria ficar em silêncio?”, contou o baterista.
Sym enfatiza que tem medo da denúncia e que sua raiva não é pelo dinheiro, mas especialmente por ver que seu trecho da apresentação seguia presente. Além dele, outro músico senegalês também foi descartado.
O caso surge uma semana após o diretor da cerimônia de abertura, Kentaro Kobayashi, ter sido demitido por ter feito piadas sobre o Holocausto. Questionada pelo Independent sobre o episódio de racismo, a organização das Olimpíadas não quis se manifestar.