Pandemia afetou mais empresários negros do que o restante, diz Sebrae

Faturamento piorou para 72% da população negra e 66% para a branca

Os empresários negros estão faturando menos, desde que começou a pandemia, na comparação com empreendedores não negros. Isso foi o que revelou estudo feito pelo Sebrae, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Essa situação foi constatada por 72% dos empreendedores negros; e 66% de brancos.

Ainda de acordo com a pesquisa, o acesso dos empresários negros ao crédito também ficou pior depois da pandemia de covid. Conforme o levantamento, 35% dos entrevistados negros estão inadimplentes, enquanto o endividamento entre brancos é de 24%.

Metade dos empreendedores ouvidos recorreram às instituições financeiras no período. Dentre eles, 45% dos negros tiveram seus pedidos negados, contra 32% dos brancos.

O analista de gestão estratégica do Sebrae, Kennyston Lago, explica que a maioria dos empreendedores negros parte para o empreendedorismo em condições econômicas inferiores aos que se autodeclaram brancos; e muitas vezes, mais por necessidade do que por oportunidade. Por isso, podem ficar em situação mais frágil.

A empresária Betânia Couto, dona da floricultura Flor da Nega, na cidade de Itabira, Minas Gerais, relata que sua empresa foi muito impactada com a paralisação dos eventos, causada pela pandemia. Com a queda no faturamento em 70%, Betânia se viu obrigada a mudar o status do seu estabelecimento de Micro Empresa para MEI – Microempreendedor Individual.

Para alguns empreendedores, o faturamento até melhorou desde a chegada da covid. Mas, neste caso, também houve diferenças: 10% dos empreendedores negros informaram que estão faturando mais com a retomada da economia, número que sobe para 14% entre os empresários brancos.

Na direção oposta – a perda de receita – 35% dos negros se disseram atingidos, contra 27% dos brancos.

Essa foi a décima-terceira edição da pesquisa feita pelo Sebrae sobre o Impacto do Coronavírus nos Pequenos Negócios, que acompanha a situação desde 2020.

Com informações da Agência Brasil. Edição: Sâmia Mendes / Guilherme Strozi

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