Saiu na Raça 209
Desde os primórdios da humanidade a comunicação tem sido um fator determinante em nossa evolução. Assim como um instrumento de persuasão, domínio e exercício de poder.
Nesse aspecto todas as nossas fases seja de expansionismo físico, territorial, ou cientifico foram acompanhados de grandes revoluções no campo da comunicação. Da batida da pedra na madeira evocando um som passando pelos tambores da África ou no Japão, ou até mais recentemente pelo impresso da era Gutemberg a comunicação sempre foi instrumento de domínio e propagação de ideologias, crenças e controle social vide a Bíblia Sagrada, o livro mais lido do mundo.
Porém nunca em tão curto espaço de tempo tivemos tanto acesso e a chance de se comunicar seja do ponto de vista pessoal ou social como na atualidade. Se por um lado esse aspecto democrático da comunicação contemporânea tem feito surgir novos atores, como o grupo de comunicadores que ilustram a capa da RAÇA deste mês, e isso deve ser visto com otimismo, nunca a comunicação do ponto de vista estratégico se concentrou na mão de tão poucas pessoas.
Hoje menos de meia dúzia de empresas controlam de forma global todos os meios de comunicação moderno que temos acesso. E mais, com a revolução 4.0 e com sua inteligência arti cial, corremos um serio risco de cometer os mesmos erros do passado, pois já estamos criando algoritmos que reproduzem preconceito e discriminação que em alguns setores da nossa sociedade já dávamos como quase eliminados.
Pensar no futuro é importante, mas como diria o poeta Paulinho da Viola “Quando penso no futuro não esqueço do passado”. Essa tem que ser a nossa normativa de luta nessa tal revolução 4.0 cujo a comunicação é um fator decisivo.
Mauricio Pestana
Jornalista, publicitário, cartunista, escritor e roteirista
pestana@revistaraca.com.br
