Após dias de intensa discussão nas redes sociais, o presidente do Miss Universo, Raúl Rocha Cantú, finalmente se pronunciou sobre a polêmica que envolveu o resultado do concurso e a não coroação de Olivia Yacé, Miss Costa do Marfim, apontada como favorita pelo público e por especialistas. Em declaração divulgada pela imprensa, ele explicou que a decisão foi influenciada por questões logísticas relacionadas ao passaporte marfinense, que exigiria vistos e trâmites burocráticos para boa parte das viagens exigidas pelo reinado.
Segundo Cantú, as limitações de mobilidade pesaram diretamente na avaliação. Ele afirmou que a Miss Costa do Marfim teria sua agenda internacional seriamente prejudicada por processos de visto mais demorados e caros, o que poderia torná-la incapaz de cumprir o calendário oficial do título. “Ela seria uma Miss Universo que passaria boa parte do ano dentro de um apartamento, porque os processos de autorização e deslocamento levariam tempo e demandariam custos elevados”, declarou.
A fala, no entanto, incendiou o debate global. Internautas, jornalistas e ex-misses criticaram o critério utilizado, argumentando que barreiras geopolíticas e desigualdades internacionais acabaram interferindo em um concurso que deveria se basear em mérito, desempenho e representatividade. Para muitos, a justificativa reforça privilégios coloniais e exclui candidatas de países com menor mobilidade internacional, questionando se o Miss Universo realmente promove diversidade quando o passaporte se torna fator decisivo.
A organização também defendeu a vencedora, a mexicana Fátima Bosch, alegando que o título vai além da beleza: exige presença global imediata, disponibilidade para viagens e participação ativa em eventos internacionais. Ainda assim, o público segue dividido, e o episódio pode se tornar um marco histórico na discussão sobre inclusão, critérios e poder geopolítico dentro do maior concurso de beleza do planeta.
