Passinho ganha título de Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro
Desde 2017 o projeto já tramitava na Câmara dos Vereadores e agora de autoria da deputada estadual Verônica Lima, a lei 10.289/2024 foi sancionada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Foi nos bailes do Complexo do Jacarezinho, no Rio de Janeiro que esse tipo de dança surgiu, a base foi a cultura funk dos anos 2000 que se alastrou nas comunidades fluminenses, popularizando o estilo, que traz elementos de outros movimentos como a capoeira, acrobacias, hip-hop, frevo, ballet, kuduro entre outros. Demonstração de uma manifestação artística contemporânea, dos jovens das favelas.
A conversão em patrimônio é um triunfo da cultura, da arte e da economia vivenciada pelos jovens da perifeira de todo estado do Rio de Janeiro. Sobretudo para a cultura de favela, o passinho anda junto com o funk e as competições para ver quem dança mais esse estilo é que tem ganhado os sonhos desses jovens e caracterizando a estética atual do carioca de periferia. E o passinho transformado em patrimônio dá visibilidade à cultura popular brasileira e ajuda na descriminalização do funk e outras expressões artísticas dos jovens periféricos, esclarece a deputada.
O destaque para esse movimento musical é a sua capacidade de unir suas comunidades, tratar e buscar soluções para a violência no estado. E principalmente por isso a deputada Verônica (a Mãe Loira do Funk) quer o reconhecimento e o incentivo à cultura, pois essa dança propõe atenuar os conflitos entre as comunidades, transpor os bloqueios muitas vezes impostos pelo tráfico e ainda atrair investimentos.
Todos sabem que o funk é criminalizado e dessa forma é importante que com a evolução do passinho o poder público promova festivais, ações em parceria com a iniciativa privada para provar que é possível acabar com o preconceito e a ignorância que rege o tema. E vale lembrar que em 2013 a Batalha do Passinho ganhou o título de Patrimônio Cultural da cidade do Rio. Sendo assim, a nomeação de 2024 do Passinho, só confirma a realidade que esses jovens já vivem e querem de um mundo mais diverso e coletivo e que toda competição seja positiva e saudável.
Por Sabrina Andrea @sabrandrea