PF diz que ao menos 25 corpos estavam em embarcação encontrada à deriva no PA

Capas de chuva que seriam dos ocupantes levantam hipótese da quantidade de pessoas. Trabalho de identificação dos corpos é conduzido pela Polícia Federal.

A Polícia Federal acredita que ao menos 25 pessoas estavam no barco encontrado à deriva no Pará. Ao todo, nove corpos foram encontrados e documentos apontam que as vítimas são da África. No entanto, a investigação suspeita que o barco tinha mais ocupantes quando iniciou a viagem.

“Ao menos 25 pessoas estavam na embarcação à deriva encontrada na região de Bragança no último sábado (13/4). Esse é o número de capas de chuva (23 verdes idênticas e duas amarelas) que estava no barco, de acordo com a perícia da Polícia Federal”, diz a PF em nota.

Documentos encontrados também indicam que a embarcação partiu após o dia 17 de janeiro de 2024 e que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Malli. Por isso, a suspeita inicial é que o barco tenha saído da Mauritânia.

Apenas a perícia deve apontar com exatidão o local de saída do barco, assim como a causa da morte. A Polícia não informou suspeitas sobre o que pode ter acontecido com as demais pessoas que não foram encontradas no litoral paraense.

Os trabalhos de perícia seguem pelos próximos dias, de acordo com o superintendente da PF no Pará, José Roberto Peres.

“Um trabalho minucioso de perícia começa e deve se estender até o fim de semana e ali vai ser identificada a causa mortis, mas provavelmente a causa de morte foi falta de alimento e água” , informou o superintendente.

Foram nove corpos encontrados em Bragança, no nordeste do Pará, enviados para o Instituto Médico Legal (IML) em Belém. Oito das vítimas estavam no barco encontrado no sábado (13) por pescadores no litoral paraense. Um nono corpo foi achado na água próximo à área onde o barco estava. Todos em avançado estado de decomposição.

PF vai apurar indícios de imigração ilegal
O superintendente da PF no Pará, José Roberto Peres, informou que foram localizadas no barco diversas capas de chuvas idênticas, que apontam para possibilidade de imigração ilegal.

“Uma organização que muito provavelmente contratou o barco, vendeu as vagas. As capas de chuvas trazem indício forte de que há uma organização criminosa que se enriquece com a tragédia humana da imigração ilegal”.
Peritos vão analisar amostras de DNA, digitais e a arcada dentária para identificar as pessoas encontradas mortas. As informações serão compartilhadas com a Interpol. O objetivo é apurar se há reclamação de pessoas desaparecidas.

A embarcação de 13 metros foi localizada em área conhecida como “Barra do Quatipuru”, nas proximidades da praia de Ajuruteua, em Bragança, distante cerca de 215 quilômetros de Belém, na região conhecida como Salgado Paraense.

Segundo a Marinha do Brasil, o barco foi fabricado com fibra de vidro e está sem motores ou quaisquer sistemas de propulsão e direção. Além disso, não apresenta sinais de danos estruturais, o que indica não ter passado por naufrágio.

“É uma embarcação aparentemente artesanal, devido ao material com que ela é feita, e não há nenhuma indicação no casco que permita, nesse primeiro momento, fazer uma ideia da origem”, afirma o capitão dos Portos da Amazônia Oriental, Ewerton Calfa.

O barco também vai passar por perícia detalhada feita pela Marinha, que não informou data para os trabalhos.

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