Polícia apura denúncia de racismo contra jovens em loja no Rio
Eles alegam que foram retirados de unidade da rede Boticário no Shopping Bangu com alegação de lotação, mas que clientes brancos eram atendidos. Caso ocorreu no Dia da Consciência Negra.
Três jovens, com idade entre 17 e 18 anos, foram à Delegacia de Crimes de Racismo e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio, na quarta-feira (13), para registrar uma denúncia de um suposto caso de racismo no interior da loja O Boticário, no Bangu Shopping, na Zona Oeste do Rio.
Os relatos apontam que uma vendedora do estabelecimento não quis atender o grupo por eles serem negros. De acordo com a denúncia, a funcionária teria dito que a loja estava cheia e pediu que eles se retirassem. Em seguida, um casal branco teria entrado e sido atendido prontamente.
“Assim que entramos na loja, a funcionária pediu que apenas nós nos retirássemos da loja, pois, segundo ela, a loja estava cheia. Em seguida, foi atender um casal branco que tinha entrado junto com a gente”, disse a adolescente.
“Um dia que deveria ter sido muito agradável com meus amigos, se tornou triste e revoltante”, escreveu a adolescente em suas redes sociais.
Segundo o advogado Cacau de Brito, que representa o grupo, eles vão entrar com uma ação por danos morais contra a loja Boticário.
O caso teria acontecido no último dia 20 de novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra. Segundo a denúncia, os jovens estavam passeando no shopping quando decidiram entrar na loja de cosméticos.
Na delegacia, os jovens contaram que a abordagem no interior da loja foi feita individualmente com cada um deles. Segundo os jovens, três pessoas brancas estavam sendo atendidas nesse momento e nenhuma delas foi convidada a deixar o local.
A mãe da adolescente envolvida disse que decidiu levar o caso à Polícia Civil para que outros jovens acreditem na luta por justiça.
“Nós decidimos levar esse caso à polícia para que nossos jovens acreditem que vale a pena lutar por Justiça e por seus direitos”, comentou Elma Campos Fortunato dos Santos, mãe da adolescente.
O que dizem os citados
Em nota, o Boticário lamentou a situação e informou que “repudia práticas discriminatórias”
“O Boticário lamenta a situação relatada e informa que repudia práticas de situações discriminatórias, preconceituosas ou racistas”.
“A marca afirma que, assim que tomou conhecimento da situação relatada, iniciou uma investigação interna do caso e entrou em contato com os consumidores se colocando à disposição para prestar o apoio necessário”.
“A marca reforça ainda que já intensificou os treinamentos internos na unidade em linha com os seus compromissos com a diversidade, equidade e inclusão – valores que pautam a sua história e que mobilizam colaboradores próprios e também rede de franquias para que continue evoluindo em sua jornada para sermos cada vez mais diversos e inclusivos”.
Já a administração do Bangu Shopping também se manifestou contra qualquer forma de preconceito.
“O Bangu Shopping repudia qualquer forma de preconceito e se coloca à disposição para contribuir na rigorosa apuração do ocorrido”