Por gesto supremacista branco feito nas Olimpíadas, técnica húngara de ginástica rítmica sofre acusação
Na quinta-feira, durante as apresentações das classificatórias do individual geral nas Olimpíadas de Paris-2024, a treinadora da ginasta húngara Fanni Pigniczki, Noémi Gelle, foi flagrada fazendo um gesto controverso. Nas imagens da transmissão ao vivo, Gelle foi vista fazendo o sinal de “OK”, que, nos últimos anos, tem sido apropriado por grupos da extrema direita como um símbolo de supremacia branca. A sigla “WP”, que se forma com este gesto, é uma referência ao termo “white power” (poder branco).
Gelle estava na área de competição aguardando as notas de Pigniczki quando a câmera focou nela e na ginasta. Enquanto aguardava, Gelle conectou as pontas do polegar e do indicador, mantendo os outros três dedos estendidos. O gesto gerou reações nas redes sociais, onde usuários acusaram a treinadora de utilizar um “dog whistle” – um sinal sutil destinado a chamar a atenção de indivíduos ligados a movimentos extremistas.
Este incidente não é isolado. Na semana passada, um funcionário terceirizado da equipe de transmissão da Olimpíada teve sua credencial cancelada após fazer o mesmo gesto em duas ocasiões durante a final do skate street feminino. O homem foi flagrado pelas câmeras fazendo o sinal de “OK” enquanto aparecia ao vivo.
As imagens foram enviadas pelo Intercept Brasil ao Comitê Olímpico Internacional (COI), que confirmou que o funcionário não era da empresa principal de transmissões, mas sim de uma terceirizada. O COI informou que a credencial do homem foi cancelada, mas não fez comentários adicionais sobre o caso.
O símbolo do “OK” tem sido associado a fóruns da extrema direita desde 2019, quando foi reconhecido pela Liga Anti Difamação dos EUA como uma expressão de supremacia branca.
A controversa presença deste gesto nas Olimpíadas levanta questões sobre a vigilância e controle de símbolos associados a movimentos extremistas durante eventos internacionais de grande visibilidade.