Presidente do Botafogo repudia ato de racismo e não teme punição ao clube

O vice de estádios, Anderson Simões, o presidente, Carlos Eduardo Pereira, e o vice de marketing, Márcio Padilha – Reprodução/Botafogo

O presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do Estádio Nilton Santos após o caso de racismo de um torcedor com parentes do jogador Vinícius Júnior, do Flamengo. Um botafoguense foi detido por injúria racial durante a semifinal da Copa do Brasil na última quarta-feira, mas teve liberdade provisória concedida pela Justiça. Ele responderá ao processo em liberdade com algumas restrições. O dirigente repudiou a atitude do alvinegro.

— O Botafogo, em sua longa e centenária existência, não possui nenhum caso de racismo. Pelo contrário, o Botafogo sempre acolheu a diversidade entre a cor da pele das pessoas — eu nem diria raça, porque para mim nós somos todos da raça humana, não gosto de divisões, até porque essas divisões são ilusórias. Digo com orgulho que, apesar da minha cara de europeu, minhas avós eram índias amazonenses. Eu sou um “branco fake”. Qualquer tipo de discriminação deve ser repudiada — disse.

Desde que o episódio foi noticiado, torcedores lembram o caso de racismo praticado por parte da torcida do Grêmio contra o goleiro Aranha, à época no Santos, também pela Copa do Brasil. O time gaúcho foi excluído da competição. Mas Carlos Eduardo Pereira vê diferenças entre os casos e não teme que seu clube seja punido da mesma forma:

— O Botafogo não concorda que haja paralelo entre o que ocorreu com o Grêmio e o que ocorreu com o Botafogo. O CBJD no art. 243-G indica que a infração deve ser praticada simultaneamente por considerável número de pessoas, o que não ocorreu ontem (quarta-feira). Então, um ato isolado como esse está previsto anteriormente indicando suspensão da pessoa para assistir partidas. E essa pessoa, como sócio-torcedor, está identificado e estamos bloqueando o acesso dessa pessoa ao check-in. Portanto, não há qualquer preocupação.

O dirigente isolou a atitude tomada pelo torcedor e lembrou uma das ações de marketing do clube que tinha como objetivo justamente condenar atitudes racistas:

— As nossas cores também simbolizam a proximidade dos dois extremos. Em alguns momentos, já foi feita uma brincadeira mostrando a camisa do Botafogo quando iniciava com faixa preta e com faixa branca. A diferença visual disso era absolutamente nenhuma. O mais importante é que qualquer torcedor, qualquer pessoa nas dependências do Botafogo, pratique um ato de desrespeito — racismo, discriminação, injúria — será tratado da forma como foi ontem (quarta-feira): identificado, conduzido às autoridades, para que as autoridades policiais e judiciais tomem todas as medidas cabíveis.

Fonte: O Globo

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