Em seu primeiro pronunciamento, Maria Angela de Jesus fala sobre o peso simbólico de sua eleição, seu compromisso com a diversidade e os planos para o futuro da emissora
Pela primeira vez em mais de cinco décadas, a Fundação Padre Anchieta – mantenedora da TV Cultura – tem como presidente uma mulher negra. Maria Angela de Jesus assumiu oficialmente o cargo e fez na semana passada, seu primeiro pronunciamento à imprensa e aos colaboradores da emissora, em São Paulo.
Com mais de 25 anos de atuação no setor audiovisual, Maria Angela tem uma carreira marcada pela inovação e pela promoção da diversidade na comunicação. Foi diretora de Conteúdo da Netflix Brasil, gerente de conteúdo da HBO e diretora da Elo Company, além de ter atuado como diretora da programação da TV Cultura nos anos 2000. Sua experiência transita entre canais públicos, produtoras independentes e plataformas de streaming, sempre com foco em narrativas plurais e representativas.
Durante a fala, a nova presidente ressaltou o papel histórico da TV Cultura e o impacto de sua nomeação para além da gestão:
“A TV Cultura faz um trabalho plural, sério, diverso, educativo e informativo. Confesso que fiquei muito surpresa com a repercussão de quando o meu nome foi veiculado. O meu papel como mulher, mulher negra tem um lugar significativo – esse sonho de que é possível, de que posso chegar lá”, declarou.
Ela também reforçou seu compromisso com o fortalecimento da programação educativa e com o diálogo intergeracional que caracteriza a emissora. Segundo Maria Angela, o desafio agora é unir a tradição da TV Cultura à inovação tecnológica e às demandas contemporâneas da audiência brasileira.
Sua eleição representa uma conquista simbólica e política para os campos da cultura, da comunicação e da equidade racial no Brasil. A TV Cultura, referência histórica em conteúdo educativo e cultural, passa a ser comandada por uma profissional que alia excelência técnica, sensibilidade social e um profundo conhecimento do setor.
