Prince Hall e a maçonaria
Conheça Prince Hall, o fundador da maçonaria negra nos Estados Unidos
Texto: Oswaldo Faustino | Foto: Divulgaçao | Adaptação web Sara Loup
O samba-enredo Independência ou Morte, de Zédi, com o qual a Escola de Samba Vai Vai, de São Paulo, desfilou em 1971, deve ter sido um dos primeiros a reconhecer publicamente o poder e a força daquela instituição que sempre agiu, segundo o samba, “na surdina”, interferindo na política, na economia, na sociedade em geral.
Quando Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, divulgou-se que ele é maçom. E não só, segundo um site maçônico, Obama é Sublime Príncipe do Real Segredo, Grau 32 do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA). Com um título desse, o de presidente dos EUA até parece menor. Foi com surpresa que, ao comentar a notícia com um amigo, ele abriu o sorriso diante de minha ignorância sobre a existência de uma Maçonaria Negra e afirmou: “Obana pertence à Prince Hall Freemasonry, Grande Loja, reconhecida pela Grande Loja da Inglaterra de afro-americanos.
Seu padrinho seria o pastor Jessie Jackson, parceiro de luta de Martin Luther King e que também pleiteou a presidência dos EUA”.
Foi aí que a minha curiosidade deu vivas à internet, pois foi através dela que fiquei conhecendo Prince Hall, um ex-escravizado, nascido no século 18, possivelmente em Barbados, filho de um inglês, mercador de couro, com uma negra livre, de ascendência francesa. Lutou pela independência dos EUA e pela abolição da escravatura e torno-se pastor da Igreja Metodista.
Foi o primeiro afro-americano a receber os graus da Maçonaria e a fundar uma Loja Maçônica exclusivamente para negros, rejeitados nas demais. Uma história que merece ser lida, pois há lojas Prince Hall em vários países. Aqui também tivemos alguns negros e mestiços (mulatos) maçons famosos.
Só para ilustrar, alguns nomes: o compositor erudito Carlos Gomes, o presidente Nilo Peçanha, o poeta Castro Alves, o abolicionista José do Patrocínio, os músicos populares Pixinguinha e Luiz Gonzaga, os políticos Nelson Carneiro e Esmeraldo Tarquínio, entre muitos outros. Hoje existe também uma Maçonaria Negra brasileira e até um empresário negro que é representante da Prince Hall. Será prenúnico de uma futura presidência negra no Brasil?
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