Professora é afastada por proferir ofensas racistas

Alunos de escola estadual pediram o afastamento de uma professora de 40 anos acusada de proferir ofensas racistas contra motorista de aplicativo de 30 anos em Campo Grande (MS) no último dia 20 de maio. Ela foi autuada por discriminação por conta de raça, cor e etnia, que equivale ao racismo, e ganhou liberdade após pagar a fiança. De acordo com uma aluna, que não será identificada por ser adolescente, na manhã desta terça-feira (7), a diretoria da unidade avisou alunos que a professora será afastada. 

Segundo a SED (Secretaria de Estado de Educação), seis atas com pedidos de afastamento da profissional foram registradas pela Escola Estadual São José. “Fomos acolhidos, e a administração da escola parou para nos ouvir”, conta a aluna. Antes disso, na semana passada, uma turma chegou a se recusar a ter aulas com a professora; os estudantes se posicionaram em frente à coordenação em protesto contra a permanência dela na função. A mulher começou a dar aulas na unidade no início deste ano.

“Durante a aula, ela foge do assunto da matéria, fala coisas absurdas, já chegou a falar mal de um aluno para a sala toda, além de ser extremamente grosseira e rude com os alunos”, afirmou a estudante. “A diretoria passou na sala hoje de manhã avisando que a professora não daria mais aula pra nós, garantiu que ela não entra mais em sala para dar aula”, completou a aluna.

Relato professora

A professora conta que dá aulas em outras três unidades escolares e o que está acontecendo na São José são reclamações de alunos descontentes. “Isso aí é porque eles receberam nota 6, entregaram as atividades depois do prazo, atividades essas que eu nem deveria ter recebido porque o prazo já tinha passado, e eu recebi mesmo assim. Mas agora eles estão achando as notas que receberam ruins”, garantiu a educadora. De acordo com ela, entre os adolescentes que querem sua saída, estão alunos “indisciplinados, que não copiam, só ficam no celular e não querem assistir às aulas.”

Ela ainda reclamou ter uma situação ocorrida fora do ambiente escolar sendo vinculada com suas atividades profissionais. “O que uma coisa tem a ver com a outra? Esse episódio com o Uber tem a ver com a minha vida privada, não é uma coisa que não aconteceu dentro da escola”, definiu. 

Nota da secretaria

Em nota, a secretaria não confirmou o afastamento, apenas afirmou que “está ciente e acompanhando o desdobramento por meio da Superintendência de Gestão de Pessoas. Tendo em vista o ocorrido, a SED já deu início a abertura de um PAD (Processo Administrativo Disciplinar), a fim de averiguar o ocorrido.” O órgão ainda afirmou que as atas registradas não foram assinadas, “pois a professora se encontra de licença médica”, finalizou a nota.

Como foi o caso

Na tarde do dia 20 de maio, a professora solicitou uma corrida em sua residência no Bairro Monte Castelo. O destino final era a escola onde a professora trabalha. A cliente, então, pediu para que o motorista estacionasse o veículo em um local proibido, mas ele se negou, já que poderia ser multado e acabou sendo alvo de uma série de ofensas.

De acordo com a vítima, a mulher começou a gritar por ele e chamá-lo de “nego”, em tom pejorativo e, ao notar que estava sendo ignorada pelo motorista, perguntou se ele olharia para ela, caso ela “retirasse a roupa”. A Polícia Militar foi acionada pelo motorista e encaminhou a mulher para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento) do Centro. No local, ela ainda teria debochado do rapaz, dando risadas. Ela foi liberada após pagamento de fiança.

Fonte: CAMPO GRANDE NEWS

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