Revista Raça Brasil

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Bruno Spada / Câmara dos Deputados

A tentativa de tornar a lei mais branda para o crime de racismo

Deputada do PL de Santa Catarina apresenta projeto para diminuir as consequências aplicadas ao criminoso que praticar racismo

Um projeto de lei apresentado pela deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) busca suavizar as punições previstas na Lei 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo. A proposta, protocolada nesta quinta-feira (5), visa modificar o artigo 20 da legislação que atualmente estabelece penas de um a três anos de reclusão para crimes de discriminação racial.

 

O núcleo da polêmica está na tentativa de reduzir o rigor da principal ferramenta legal de combate ao racismo no Brasil. A iniciativa parlamentar surge em meio a debates sobre eficácia das políticas antirracistas e já enfrenta resistência de movimentos sociais. Almir Aguiar, Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, classifica a medida como “um ataque à população negra que reforça o racismo estrutural”.

 

Especialistas apontam que o projeto se insere em um contexto mais amplo de revisão de legislações protetivas. Se aprovada, a alteração representaria um significativo abrandamento no tratamento legal de condutas discriminatórias, num país onde pesquisas continuam apontando profundas desigualdades raciais.

 

A proposta ignora o histórico de subutilização da lei atual e os desafios na aplicação de mecanismos de combate ao racismo. Para entidades do movimento negro, flexibilizar a legislação equivaleria a legitimar práticas discriminatórias ao reduzir suas consequências jurídicas.

 

A reação contra o projeto tem se amplificado nas últimas horas, com organizações da sociedade civil alertando para o risco de retrocesso. O debate coloca em confronto visões antagônicas sobre como o sistema jurídico deve enfrentar o racismo: enquanto uns defendem maior rigor punitivo, outros argumentam por abordagens alternativas.

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