Revista Raça Brasil

Compartilhe

Quando a arte negra ocupa, cura e ressignifica o território

No coração do Jardim dos Pequis, em Sete Lagoas, um novo tempo quer nascer. Nesta sexta-feira (30), às 19h, o Céu das Artes se tornou morada para a exposição “Olhos Negros” — um encontro de olhares, vozes e memórias que celebram a beleza, a força e a presença da arte negra.

Mais que uma exposição, “Olhos Negros” é um gesto de cuidado. Um chamado para ver com outros olhos. Ver com o coração. Ver o território para além dos rótulos. Ver a potência onde muitos só enxergam ausência. Ver as histórias que resistem, mesmo quando ninguém está olhando.

A mostra reuniu quatro artistas negros — Edmar Martins (fotografia), Karine (colagem e costura), Ray (poesia) e Tatto Paschoal (ilustração) — que partilharam suas vivências com sensibilidade e coragem. Seus trabalhos são sementes lançadas no chão fértil do bairro, conectando arte e vida, ancestralidade e presente, silêncio e som.

A abertura da exposição foi um verdadeiro abraço coletivo: com Batalha da Catarina, fortalecendo o rap local, e o som potente do DJ D Negão, que embalou a noite com músicas que falam de vivência, luta e alegria.

Tudo isso só é possível porque há quem acredite na arte como caminho. O convite partiu de Alexandre Kisa, coordenador do Céu das Artes, que viu nesse projeto a chance de reativar um espaço muitas vezes esquecido, mas que pulsa com histórias que merecem ser contadas, ouvidas e celebradas.

“Olhos Negros” é sobre ocupar — mas também sobre curar. É sobre o poder da presença. É sobre um povo que segue, mesmo diante do apagamento, dizendo: “estamos aqui”.

 

Publicidade

Open chat
Preciso de Ajuda
Olá 👋
Podemos te ajudar?