Revista Raça Brasil

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Quando ser negro é ser invisível: a força atemporal de “Homem Invisível”

Alguns livros atravessam o tempo porque falam de dores que ainda existem — e de esperanças que precisamos cultivar. Homem Invisível, romance do escritor afro-americano Ralph Ellison, é um desses. Agora lançado em uma edição ampliada pela José Olympio, o livro continua pulsando como um grito contra o silêncio que muitas pessoas enfrentam até hoje.

A história acompanha um jovem negro que, nos primeiros anos do século XX, deixa o sul racista dos Estados Unidos em busca de um novo começo no Harlem, em Nova York. Mas o que ele encontra é bem diferente do que imaginava. Mesmo em meio à multidão, ele se sente invisível — não só aos brancos racistas, mas muitas vezes também aos seus próprios pares.

E é aí que Ellison faz algo extraordinário: transforma a trajetória desse protagonista em um espelho que nos faz perguntar quem somos, o que queremos e se o mundo realmente nos enxerga como somos. É um romance sobre racismo, sim, mas também sobre identidade, solidão, sonhos e a vontade profunda de existir sem máscaras.

Homem Invisível foi leitura fundamental para pessoas como Barack Obama, e continua sendo uma obra essencial para quem quer entender a complexidade das relações humanas e sociais. Nessa nova edição, o livro ganha texto de orelha assinado por Luiz Mauricio Azevedo e prefácio de Gabriel Trigueiro, especialistas na obra de Ellison, o que enriquece ainda mais a leitura.

Ler Ellison hoje é descobrir que a luta por ser visto — e por ver o outro de verdade — ainda não terminou. E talvez nunca termine. Mas também é um lembrete de que a literatura pode iluminar caminhos, mesmo quando tudo parece escuro.

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