Dos bailes de favela ao topo dos streamings e da imprensa
Nesta semana, o MC Poze do Rodo voltou ao noticiário nacional — mas, desta vez, não por liderar rankings de streaming. Uma pequena multidão o aguardava na saída do presídio de Bangu 1, no Rio de Janeiro, onde esteve detido por cinco dias. O funkeiro foi preso sob a acusação de associação ao tráfico de drogas e apologia ao crime.
O caso ganhou grande repercussão pela forma como foi conduzido. Juristas, artistas e movimentos sociais, especialmente os ligados às favelas e ao movimento negro, questionam a legalidade da ação e denunciam a perseguição sistemática a artistas periféricos.
Assim que deixou o presídio, o artista declarou: “Sou artista. Parem de me perseguir”. A frase repercutiu amplamente entre seus fãs e reforçou o sentimento de injustiça vivido por grande parte da juventude negra das periferias.
Parte da nova geração do funk, Marlon Brandon Coelho Couto Silva, conhecido como Poze do Rodo, é da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nascido em 1999, ele ganhou notoriedade a partir de 2018, quando seus primeiros hits começaram a romper a barreira invisível entre o baile de favela e as pistas do mainstream.
Além da visibilidade alcançada por suas músicas, Poze construiu uma relação direta e constante com seu público, especialmente por meio das redes sociais. Suas letras retratam a realidade das favelas, com temas como violência, fé, sobrevivência e ambição — o que, frequentemente, é usado como justificativa para criminalizá-lo
