RAÇA INDICA: FILMES:  O PAI DA RITA

Uma opção quentíssima cheia de referências pretas. Samba, risadas e realidade, esse é retrato do filme : “O PAI DA RITA”, com direção de Joel Zito Araújo que é cineasta, escritor, professor, diretor, produtor executivo e roteirista de filmes de ficção e documentários, programas de TV, vídeos educacionais e institucionais. O mineiro foi entrevistado pela RAÇA  exclusivamente, que falou sobre sua experiência de seu mais novo trabalho

O Pai da Rita - Globo Filmes
(globofilmes)

Saiba detalhes da entrevista de Jaice Balduino e Luan Lima completa no site

RAÇA: O Filme de comédia aborda amizade e amor pelo samba. Como foi mostrar essa paixão nacional dos negros?

JOEL: Fazer este filme foi uma delícia. Nunca me diverti tanto em um set de filmagens como aconteceu nas filmagens de O PAI DA RITA. E as pré-estreias onde reunimos novamente todo elenco a situação se repetiu. Essa alegria e encanto de toda equipe em fazer o filme está expressa nas telas.

RAÇA: “O Pai da Rita” é diversão garantida. Você trouxe uma outra voz para o cinema para retratar negros. Fale sobre sua experiência.

JOEL: Pois é, esta é a minha primeira comédia. Sempre gosto de experimentar diferentes narrativas e estilos. E fico feliz que as pessoas estejam adorando ver esta comédia leve, alto astral. O Brasil está precisando disto.

RAÇA: Qual foi sua inspiração no desenvolvimento ?

JOEL: Eu creio que a minha paixão pelo cinema italiano, especialmente com Fellini e Ettore Scola, transbordou neste filme. Eles são as maiores inspirações para O PAI DA RITA.

Joel você gosta de abordar reflexões sobre o negro na sociedade brasileira. Qual é o retrato social mais marcante para você no filme?

JOEL: O filme tem muitas camadas. Falar sobre paternidade do homem negro é um tema socialmente importante. Acho que este é o elemento mais significativo, chamar atenção para o problema e oferecer um sentimento positivo de redenção.

RAÇA: Joel, seus últimos trabalhos são fortes para a cultura preta, como: Raça e Filhas do vento. Tem algo em comum nos seus trabalhos, que evidencie uma característica sua?

JOEL: Creio que a minha maior característica é de dar visibilidade ao povo preto, à cultura negra brasileira e internacional. E, compreender a alma nacional com um olhar de diversidade, fora dos limites e distorções da estética do branqueamento que caracteriza a história do cinema brasileiro.

RAÇA: No Brasil e no resto do mundo, quando se fala em cineasta preto, pensamos em Spike Lee. Ele serviu/serviu de alguma influência para você?

JOEL: Sim, observo e gosto da maioria dos filmes do Spike Lee. Somos contemporâneos. Mas ele não é a minha influência mais relevante. Mas temos preocupações parecidas, e ocupamos em nossos países lugares relativamente parecidos.

RAÇA: Você sente que está mais difícil produzir conteúdos, com a atual forma que estão se tratando a cultura no país?

JOEL: Do ponto de vista do papel que o Estado já teve e deveria continuar tendo, está muito mais difícil. Mas temos uma nova realidade, que é a presença do streaming e o papel do Brasil como um grande mercado. A produção dos streamings estrangeiros e brasileiros aumentou muito, e foi isso que impediu que fossem sufocados por este governo federal criminoso.

RAÇA: Ailton Graça e Wilson Rabelo são dois atores muito experientes, pretos. O que você acha que a presença e o trabalho deles agrega em O pai da Rita?

JOEL: Agrega muito. A dupla funcionou perfeitamente. Aliás, o elenco inteiro está maravilhoso. Grande parte da graça do filme se deve a beleza e competência do elenco.

RAÇA: Poderia falar um pouco sobre como surgiu seu envolvimento com direção? Como tem sido sua experiência?

JOEL: Isso foi a muito tempo atrás, comecei ainda nos anos 80. Creio que agora estou em minha maturidade. Lançar um longa ficcional nas salas de cinema e uma série documental na HBO MAX, um canal conhecido pela sua alta qualidade. É tudo!

Veja trailer do filme:

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