O que deveria ser apenas mais um jogo emocionante do Campeonato Brasileiro Feminino acabou sendo ofuscado por um episódio lamentável. Durante a partida entre Internacional e Sport, realizada no Sesc Campestre, em Porto Alegre, uma banana foi jogada em direção ao banco de reservas da equipe pernambucana logo após o gol de empate.
As jogadoras do Sport perceberam na hora o que havia acontecido. A indignação tomou conta do banco de reservas, e a quarta árbitra Andressa Hartmann recolheu o objeto para registrar na súmula. O caso ganhou grande repercussão e levantou, mais uma vez, o debate sobre o racismo no futebol.
O Sport foi o primeiro a se manifestar oficialmente, demonstrando revolta e exigindo medidas severas contra o ato racista:
“O Sport Club do Recife vem a público repudiar, veementemente, a atitude covarde e racista de um torcedor do Sport Club Internacional. Esse ato repugnante é uma clara manifestação de racismo e intolerância, e não pode ficar impune.”
O clube também informou que seu diretor de futebol feminino, Alessandro Rodrigues, registrou um boletim de ocorrência logo após a partida.
O Internacional também se manifestou, informando que já identificou o torcedor responsável e que está tomando as medidas cabíveis:
“Conduzimos uma apuração rigorosa e solicitamos, com urgência, as imagens do local da partida para encaminhá-las às autoridades competentes. Reafirmamos nosso compromisso inegociável na luta contra o racismo.”
O clube se solidarizou com as jogadoras do Sport e reforçou a importância de combater qualquer tipo de discriminação dentro e fora de campo.
A CBF não ficou de fora e levou o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Como primeira medida, aplicou uma punição preventiva ao Internacional:
“O Internacional deverá cumprir três partidas com portões fechados fora da capital gaúcha até que o caso seja julgado.”
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, fez questão de reforçar que atitudes como essa não podem ser toleradas:
“Vamos cobrar uma apuração rigorosa. Não existe mais espaço para racistas no futebol.”
O futebol precisa ser para todos
A cena de uma banana sendo arremessada no banco de reservas de uma equipe é um lembrete cruel de que ainda há um longo caminho a percorrer na luta contra o racismo no esporte. O futebol deve ser um espaço de união, respeito e diversidade, nunca de ódio e intolerância.
Agora, resta esperar que as investigações avancem e que a punição para esse tipo de atitude seja exemplar. O futebol feminino cresce a cada dia, e suas jogadoras merecem jogar em um ambiente seguro, onde sejam reconhecidas pelo talento e dedicação, e não tenham que lidar com episódios lamentáveis como esse.