Rainer Cadete abriu o coração em entrevista à Quem ao contar uma dor que poucos pais gostariam de enfrentar. Ele descobriu pela sogra que seu filho, Pietro, andava triste e calado por ter sofrido racismo na escola. “Quando perguntei por que ele não tinha me contado, ele respondeu que já estava acostumado. Foi um baque muito grande no meu coração”, desabafou o ator, visivelmente emocionado.
Diante dessa realidade tão dura, pai e filho decidiram não se calar e transformaram a dor em força. Juntos, escreveram o livro Olhares Que Filtram, um projeto que quer abrir os olhos de estudantes e professores para o racismo e suas feridas.
Pietro falou com muita sinceridade sobre o que viveu: “Um dia, na escola, um garoto me chamou de macaco na frente de todo mundo. Eu não contei para o meu pai na hora porque não sabia o que fazer, ninguém me ensinou como reagir. Foi muito solitário, parecia que eu estava sozinho contra tudo aquilo”.
Mas, com o tempo, o menino encontrou no pai muito mais do que um artista conhecido. “Meu pai é também um terapeuta para mim, alguém com quem eu posso conversar sobre tudo. Foi difícil me abrir, mostrar essas feridas, mas ele me ajudou a transformar essa dor em arte. Isso mudou muito a minha vida”.
Essa história é um lembrete forte de como a escuta, o amor e a arte podem ajudar a curar feridas profundas. E mostra, principalmente, que falar sobre o que dói é o primeiro passo para transformar o mundo ao nosso redor.