Rainhas Negras que a mídia não mostra

A morte da Rainha Elizabeth traz a tona o apagamento cultural e a manifestação em prol de uma monarquia colonizadora.

Saindo desse cenário e dando voz à mulheres negras a RAÇA separou 5 rainhas africanas que a mídia e muitos livros não mostram e fizeram parte da história.

Rainha Kahina – Norte da África

Rainha Kahina Morreu em 705 AD. Lutou contra a incursão árabe no Norte da  África | Rei e rainha, África, Rei

Kahina ou al-Kāhina ou ainda Dihya foi uma líder militar e religiosa berbere do século VII que liderou a resistência do seu povo à expansão árabe no Norte da África, a região então conhecida como Numídia, conhecida hoje como Magrebe. Ela nasceu no começo do século VII e morreu no fim do mesmo século, onde é hoje a Argélia.

Teria sido convertida ao judaísmo, mas segundo outras fontes seria cristã ou mesmo pagã. Liderou por 35 anos as tribos judaicas do norte da África.

Segundo a tradição oral, Dihya teria usado o seu dom da profecia para prever a formação das tropas inimigas e planejar a defesa.

(Fonte: Projeto Biografias de mulheres africanas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.)

Nzinga Mbandi Rainha da Angola (cerca de 1580-1663)

Ana de Sousa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Também conhecida como Jinga, Singa, e Zhinga, ela liderou uma revolta fracassada contra o governo colonial Português depois de uma briga sobre o controle do comércio de escravos. Dois de seus líderes de guerra foram supostamente suas irmãs, seu conselho de assessores continha muitas mulheres, e as mulheres foram chamados para servir em seu exército. Nzinga formaram uma confederação de outras tribos e aliou-se com os holandeses, continuando a lutar contra o Português por mais de trinta anos.

Centenas de soldados do exército de Nzinga foram enviados para o Brasil como escravizados, tendo influenciado com suas táticas, as lutas e a resistência contra a escravidão no Brasil, especificamente em Palmares.

Por razões ortográficas ligadas à transcrição da língua kimbundu, mas também porque a própria rainha assinava as correspondências com diferentes nomes, vários nomes são atribuídos a Nzinga, entre eles: Nzinga a Mbande, Nzinga Mbande, Jinga, Singa, Zhinga, Ginga, Dona Ana de Sousa (este último em razão do batismo católico, em 1623).

Influenciou importantes figuras de resistência durante as lutas pela libertação de Angola (1961-1975) e tornou-se ícone da independência.

Nzinga está também presente na tradição da Congada. No rito, a coroação do rei do Kongo e da rainha Nzinga simboliza o sincretismo religioso no Brasil.

(Fonte: Palmares)

Rainha Amina

Amina de Zaria: a história da poderosa rainha guerreira que dominou a  Nigéria no século XVI! | Rainhas Trágicas

A Rainha Amina de Zazzau deu nas vistas provando que “uma mulher é tão capaz como um homem”. Para além de ter assumido o controlo do seu reino, Amina comandou o exército de Zazzau, conquistando vários territórios.

Amina governou o reino de Zazzau durante 34 anos, tendo nesse tempo expandido o territórios do seu reino através da conquista de várias cidades. A rainha abriu rotas comerciais e acredita-se também que foi ela que iniciou o cultivo de nozes de cola nos seus territórios.

O segundo sultão de Sokoto, Mohammed Bello, que era também filho de Usman dan Fodio, escreveu sobre a Rainha Amina no seu livro “Infaku’l Maisuri” (“Os Salários dos Afortunados”). Segundo Mohammed Bello, Amina tinha um dom único para a liderança e terá sido a primeira a introduzir nas sociedades hauçá a administração que hoje conhecemos.

São vários os locais e instituições no norte da Nigéria que têm o nome de Amina. São exemplos a escola secundária governamental no estado de Kaduna, que se chama Colégio Rainha Amina. Também as residências femininas da Universidade Ahmadu Bello, em Zaria, e da Universidade de Lagos têm o nome da rainha. A personagem da série de televisão norte-americana “Xena: Princesa Guerreira” terá sido inspirada em Amina.

(Fonte: Mult Rio)

Yaa Asantewa (c. 1840-1921), reino Axânti (Ashanti)

Yaa Asantewaa | Mulheres na História

Ela foi rainha mãe de Ejisu no Império Axânti, atual Gana. Liderou a rebelião Axânti, conhecida como a Guerra do Trono de Ouro, contra o colonialismo britânico. Quando os britânicos capturaram o rei Prempeh I, em 1896, Yaa Asantewaa tornou-se regente. O governador da Costa do Ouro exigiu que lhe entregasse o Trono de Ouro, símbolo da nação Axânti. Os membros do governo Axânti se reuniram para discutir como libertar seu rei. Percebendo que alguns deles demonstravam medo, conta-se que Yaa Asantewa se levantou-se e dirigiu-se aos membros do conselho com um discurso que se tornou célebre:

Agora eu vejo que alguns de vocês têm medo de lutar pelo nosso rei. Se fosse nos dias heroicos de Osei Tutu, Okomfo Anokye e Opolu Ware que foram chefes e não ficariam sentados vendo seu rei ser levado sem disparar um único tiro. Nenhum homem branco teria ousado falar com o chefe dos Axânti como o governador falou para vocês essa manhã.  É verdade que a bravura dos Axânti acabou? Eu não posso acreditar! Isso não pode ser! Se vocês homens de Axânti não seguirem adiante, nós as mulheres iremos. Chamarei minhas companheiras e lutaremos contra os homens brancos. Lutaremos até que a última de nós caia no campo de batalha”.

(Fonte: Wikippedia)

Rainha Makeda – O verdadeiro nome da Rainha da Etiopia, a esposa de Salomão Rei da Judéia

Grandes Reis e Rainhas da África - Geledés | African royalty, Black  royalty, African queen

Ainda que a sua origem seja contestada, a Rainha de Sabá, também conhecida como Makeda, está no centro da mitologia etíope. O seu encontro com o rei de Israel, Salomão, há três mil anos atrás, foi lendário.

A origem da Rainha de Sabá continua a não ser consensual. Os etíopes afirmam que ela lhes pertence, assim como o povo do Iémen que entende que Sabá é uma referência ao importante reino árabe de Saba, localizado no atual Iémen. Os etíopes acreditam que o seu palácio tenha sido construído na cidade de Aksum, no norte da Etiópia, onde as ruínas ainda podem ser visitadas.

A Rainha de Sabá deu a Salomão um filho chamado Menelik. Segundo o “Kebre-Negast”, alguns mais mais tarde, Menelik visitou o seu pai em Israel e, de volta à Etiópia, levou consigo a Arca da Aliança, uma relíquia sagrada que guardava os Dez Mandamentos. Menelik lançou assim a longa tradição do judaísmo na Etiópia. 

Em entrevista à DW, Ayele Bekeri, da Universidade Mekelle, explica que a história da rainha de Sabá é importante, pois pode ser vista como “uma evidência de que a Etiópia tem uma história muito longa”. Para além disso, acrescenta Ayele Bekeri, “esta história é também um dos principais pilares da nossa mitologia nacional”.

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